Em declarações à Lusa, o diretor executivo da instituição, o brasileiro Gilvan Müller de Oliveira, explicou hoje que da agenda da reunião, que decorrerá na Cidade do Sal, fazem parte diversos pontos de debate, entre os quais a apresentação dos Vocabulários Ortográficos Nacionais de Moçambique e Timor-Leste.
“Trata-se da nona reunião ordinária do conselho científico do IILP, cujas determinações a direção executiva cumpre, para além da documentação geral da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), e o plano de ação de Brasília, que determinou projetos concretos que devem ser executados pelo IILP”, descreveu.
“Nós vamos ter a entrega oficial do Vocabulário Ortográfico Nacional de Moçambique (VONMZ) e do de Timor-Leste, que foi concluído a partir de uma missão nossa a Díli em fevereiro deste ano, e a integração destes vocabulários no VOC, o Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa, que é previsto no Acordo Ortográfico de 1990 e que está sendo elaborado sob a coordenação do IILP, por determinação do plano de ação de Brasília”, indicou.
“Com isto, entrará no ar, para um período de testes, até à cimeira de Díli [que decorrerá na última semana de julho], quando será então oficialmente lançada, a página eletrónica do VOC, já com quatro Vocabulários Ortográficos Nacionais integrados – Brasil, Moçambique, Portugal e Timor-Leste –, com aproximadamente 280.000 palavras e seguindo o manual de orientação para elaboração de vocabulários ortográficos nacionais”, anunciou o diretor do IILP.
Outra das novidades desta reunião é que o Brasil, que não tinha uma comissão nacional, se fará, pela primeira vez representar no conselho científico do IILP por uma comissão nacional, com oito elementos – sublinhou o responsável -, à semelhança do que acontece com outros países, à exceção da Guiné-Bissau e de São Tomé e Príncipe – que, no entanto, tem mandado representantes.
“Só a Guiné-Bissau não confirmou ainda sua presença”, referiu.
Portugal tem uma comissão nacional coordenada pela presidente do Instituto Camões, Ana Paula Laborinho, e que conta também com representantes do Ministério da Educação e da Secretaria de Estado da Cultura e da Academia das Ciências de Lisboa, indicou.
No caso de Angola, que apresentou em 2012 pareceres no sentido de um recuo quanto à adoção do Acordo Ortográfico de 1990, alegando existirem “constrangimentos e estrangulamentos” a impedir a sua aplicação, Gilvan Müller de Oliveira disse que Angola não explicou “que constrangimentos e estrangulamentos eram esses”, instando antes o próprio IILP a investigar quais são.
Como Portugal e o Brasil afirmaram não terem lidado com qualquer tipo de constrangimentos, na reunião da próxima semana, o conselho científico debruçar-se-á novamente sobre esse assunto levantado em 2012 por Angola, acrescentou.
O responsável do IILP frisou que, apesar desta posição de Luanda, o VOC “está sendo elaborado com recurso a angolanos, mas Angola não tem participado do projeto”.
“Não temos notícia de uma equipa angolana trabalhando no projeto comum do VOC”, insistiu.
ANC // APN – Lusa/fim
Foto: A presidente do Conselho Científico do IILP, Dra. Amália Lopes e o Diretor-Executivo, Dr. Gilvan Müller de Oliveira.