A iniciativa é da Porto Editora, que tem por objetivo “estimular e consolidar os hábitos de leitura, procurando envolver os públicos que, regra geral, não têm acesso à mesma oferta cultural que existe nos dois maiores centros urbanos”, Porto e Lisboa, que não fazem parte do projeto, disse à Lusa fonte editorial.
“Estes eventos são totalmente gratuitos para os leitores. Estamos assim a dar a esta iniciativa um carácter democrático, promovendo a proximidade entre escritores e leitores”, sublinhou a mesma fonte.
“Em cada cidade estarão dois escritores à conversa, com moderação do jornalista João Paulo Sacadura”, sendo este encontro realizado “preferencialmente, nos teatros municipais, por forma a permitir a participação de centenas de leitores”, e com entrada gratuita, segundo a mesma fonte.
A primeira etapa desta “Viagem Literária” é Bragança, no próximo dia 25 de abril, pelas 17:00, com os escritores Luis Sepúlveda e Valter Hugo Mãe, no Teatro Municipal.
“Nos meses seguintes, a ‘Viagem Literária’ vai passar por Vila Real, Viseu, Guarda e pelas restantes cidades, terminando em Viana do Castelo, em setembro do próximo ano”.
“É uma iniciativa de verdadeira dimensão nacional, que acreditamos vai dar um contributo importante para a divulgação da literatura, promovendo o gosto pela leitura e pelo pensamento”, disse à Lusa a mesma fonte da Porto Editora, que acrescentou: “O facto de se realizar em todas as capitais de distrito e nas capitais dos Açores e da Madeira, à exceção de Lisboa e Porto, significa que queremos chegar aos públicos que, regra geral, não têm acesso a este tipo de eventos”.
“Desta forma estamos a cumprir a nossa missão e, sim, a semear para que o gosto pelos livros e pela leitura cresça”, rematou.
A iniciativa abrange “todos os autores dos grupos Porto Editora e BertrandCírculo”, entre os quais já estão confirmados Laurentino Gomes, Richard Zimler, Francisco José Viegas, José Eduardo Agualusa, José Rentes de Carvalho, Miguel Esteves Cardoso, Rosa Montero e Gonçalo M. Tavares.
“Temos a responsabilidade de privilegiar os autores com quem temos um compromisso e que nos confiam o seu trabalho, mas não está posta fora de hipótese abrirmos este espaço a outros autores”, salvaguardou a mesma fonte.
Segundo a mesma fonte, a reação dos autores “é verdadeiramente positiva e entusiasta”. O brasileiro Laurentino Gomes, autor, entre outros, de “1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”, afirmou que, para si, participar neste projeto é “uma oportunidade única” de “compartilhar com os leitores portugueses as raízes históricas que explicam beleza e a originalidade da cultura lusófona no mundo”.
Miguel Esteves Cardoso, autor de “Como é linda a puta da vida”, por seu turno, afirmou: “Como o alfabeto português, de letra em letra, como o dicionário português, de palavra em palavra, assim é a viagem literária por Portugal, de terra em terra”.
A mesta fonte da Porto Editora realçou o papel de “todos os municípios envolvidos, que entenderam os objetivos desta iniciativa, o contributo que dará às respetivas populações, encarando com abertura este empreendimento e envolvendo-se na sua concretização, consubstanciando assim o próprio compromisso que têm com os seus munícipes”.
NL // MAG – Lusa/Fim
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