São Paulo, 28 set (Lusa) – A Universidade do Porto espera atrair mais estudantes brasileiros, após um conjunto de sessões de apresentação da instituição de ensino superior no Brasil, que decorreram entre segunda e quarta-feira em três cidades do país.
“Espero que para o ano, até fruto desta minha vinda aqui, tenha uma procura ainda maior de vários cursos da universidade”, disse à agência Lusa a vice-reitora para as Relações Externas e Cultura, Maria de Fátima Marinho.
Sem querer comprometer-se com números, a docente lá afirmou que a procura poderá aumentar entre 20% a 40% no próximo ano letivo, também como resultado do acordo, formalizado em março, entre a universidade e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).
O acordo permite a utilização dos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o equivalente ao ensino secundário em Portugal, para a entrada nos cursos de licenciatura e mestrado integrado na Universidade do Porto.
Segundo Maria de Fátima Marinho, este ano letivo o acordo já se traduziu “numa maior procura” de brasileiros para frequentarem a Universidade do Porto, que neste momento conta com 1.000 a 2.000 estudantes com sotaque brasileiro, entre estudantes que ali cumprem o grau completo ou em intercâmbios.
A vice-reitora apresentou a universidade no consulado português e na British School no Rio de Janeiro, na embaixada de Portugal em Brasília e no consulado português em São Paulo e fez um balanço “bastante positivo”, porque houve uma “boa adesão” de escolas e os participantes “fizeram muitas perguntas”.
Na primeira missão do género organizada pela Universidade do Porto ao Brasil, Maria de Fátima Marinho testemunhou que os estudantes brasileiros mostraram-se interessados “sobretudo nas áreas de engenharia, psicologia, ciências de educação, letras, arquitectura e belas artes”, mas houve “muitas perguntas” também sobre direito.
Durante as apresentações, houve também manifestações de interesse em medicina, “mas em medicina em Portugal não podemos receber estudantes internacionais”, referiu.
“Muitos estudantes brasileiros pensam em estudar no exterior e Portugal parece-me um destino óbvio, porque é a mesma língua, há uma facilidade de adaptação e muitos têm família em Portugal ou já lá foram”, declarou.
Além disso, frisou, as principais universidades portuguesas “estão muito bem colocadas nos ‘rankings’ internacionais” e são “respeitadas na Europa e fora” do espaço europeu, sendo que a passagem por uma universidade portuguesa ajudará “até para futuros empregos aqui no Brasil”.
Segundo a vice-reitora, a Universidade do Porto decidiu reduzir em 50% os valores das propinas estabelecidas pelo Estatuto do Estudante Internacional para os alunos de países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP): Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
A docente aproveitou a presença no Estado de São Paulo para visitar a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), devido a um “convénio de medicina” com a Universidade do Porto, voltado para a investigação médica, que permitirá intercâmbios de médicos e estagiários.
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