Universidade de São José, em Macau, lança cursos especializados em português

O dia 15 de outubro figura como “ponto de partida” para o lançamento de uma série de cursos cobrindo três grandes áreas: o português jurídico, o administrativo e o voltado para o jornalismo, disse à agência Lusa a coordenadora de Língua Portuguesa da USJ, Vera Borges.

Os cursos vão ser criados sob a alçada do departamento de Educação Contínua da USJ, conduzido por Emil Marques, para quem é evidente a “necessidade de se apostar mais na área do português profissional” para o desenvolvimento de contactos, aproximação e negócios com o universo da lusofonia.

“No futuro, esta figura como a vantagem de Macau: Se não houver recursos humanos nestas áreas, o papel de Macau vai desaparecer”, defendeu Emil Marques à Lusa, explicando que os cursos, abertos a diferentes públicos, não se circunscrevem apenas às “gentes de Macau” servindo todos os que têm interesse no mundo da lusofonia, como sejam advogados do interior da China.

Em paralelo, a USJ vai ministrar o curso básico de língua portuguesa, à semelhança dos organizados no verão, estando previsto já também, neste momento, o de nível B1, em conformidade com o Quadro de Referência da União Europeia, para os que passaram o primeiro estágio.

“Estes cursos revestem-se de maior importância para nós porque vamos poder certificar os nossos alunos para além daquilo que já poderiam obter”, sublinhou Vera Borges, ao adiantar que a USJ pondera “passar a funcionar como um centro de exame de Português língua estrangeira”, operando, de forma articulada, com o CAPLE (Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira), de Lisboa.

“Há um encontro de vontades, toda uma equipa muito concentrada. Apostamos muito porque sentimos que há um interesse verdadeiro pelo português, que não é algo que se tenha de trabalhar”, advogou Vera Borges, para defender que basta “apanhar o vento que sopra neste momento porque as embarcações estão já todas no porto prontas para largar”.

Com uma panóplia de cursos a funcionar em simultâneo e uma “comunicação muito boa” entre os docentes que vão ministrá-los pode-se “tirar o máximo rendimento”, frisou a docente da USJ, estabelecimento instituído pela Diocese de Macau e pela Universidade Católica de Portugal, onde, aponta, se verifica um “entusiasmo muito grande” em trabalhar conjuntamente o ensino do inglês, mandarim e do português.

 

Os cursos, divididos por módulos, vão funcionar em regime pós laboral, duas vezes por semana.

A inscrição em cada um dos cursos, com uma duração total de 30 horas, custa 2.250 patacas (207 euros).

Segundo adiantou Emil Marques, os cursos vão ser abrangidos pelo Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo do Governo de Macau, criado em 2011.

Ao abrigo deste plano, todos os residentes, com idade igual ou superior a 15 anos, têm direito a um subsídio de 5.000 patacas (460, 6 euros) para frequentar cursos ou exames de credenciação em instituições acreditadas pela Direção dos Serviços de Educação e Juventude, uma verba que pode ser gasta total ou parcialmente até ao final deste ano.

DM // VM – Lusa/Fim

Foto: LUSA – Macau, gruta de Camões, 23/01/2004 (Manuel Moura /Lusa)

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