A União dos Exportadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (UE-CPLP) quer promover negócios, estimular a internacionalização e criar uma marca única entre as organizações e empresas do espaço lusófono.
“Queremos criar um mercado único dos países membros ou observadores da CPLP”, disse hoje à Lusa o presidente da UE-CPLP, Mário Costa, no Porto.
A UE-CPLP, criada há um ano, dirige-se às empresas exportadoras e garante aos seus associados o apoio especializado à internacionalização; acesso à rede de clientes e importadora CPLP; o cofinanciamento de projetos e ingresso em programas de incentivo à exportação.
Mário Costa lembrou que a associação, que tem já 400 associados, dá gratuitamente consultadoria empresarial, formação, análise de mercados e oportunidades e apoio jurídico.
“Se uma empresa estiver interessada em fazer parte da UE-CPLP faz um pré-registo e, depois, uma equipa vai visitá-la, faz-lhe um inquérito e um levantamento financeiro para verificar se tem condições para exportar”, explicou.
Se tiver, a UE-CPLP elabora um plano de negócios e organiza missões, encontros e conferências com outros países, abrindo-lhe “canais de comunicação” e, caso não tenha, prepara-a para o mercado externo e acompanha-a até ao fim do negócio, salientou.
“O custo de inscrição na associação é de 2.000 euros anuais, mas se fossem a pagar os serviços de forma individual ficar-lhes-ia muito mais caro”, disse.
Segundo Mário Costa, o objetivo é ajudar a criar negócios sérios e com qualidade sob uma marca única.
“Havendo uma marca CPLP este espaço ganha outra força, dimensão dinâmica e importância porque tem muito potencial subaproveitado e são países em crescimento, não em recessão”, realçou.
Em breve, será disponibilizada uma plataforma eletrónica para aproximar os países lusófonos – Connect CPLP – que será uma bolsa de negócios com dados de empresas ou produtos, tal como um gabinete de resolução de conflitos.
Na opinião do presidente da Confederação Empresarial da CPLP (CE-CPLP), Salimo Abdula, com quem a UE-CPLP assinou hoje um protocolo de cooperação, para que se crie uma dinâmica de negócio entre estes países é necessário o poder político criar “autoestradas” para que empresários possam circular livremente.
“É preciso que haja livre circulação de pessoas, bens e capital para melhorar drasticamente o ambiente de negócios no mercado dos países membros da CPLP”, considerou.
Portugal, integrando a União Europeia, poderá ser o “ponto de lançamento” das empresas do espaço lusófono neste mercado, entendeu.
Por seu lado, o secretário executivo da CPLP, Murade Murargy, afirmou que o espaço lusófono cresceu muito, mas precisa de sinergias, dinâmica económica e mobilidade para ganhar força, operacionalidade, desenvolvimento e tirar proveito do que produz.
SYF // JPS – Lusa/Fim
Foto: Avião Boeing 727, da companhia Sonangol, Son Air, estacionado no aeroporto de Luanda a 23 de Março de 2009. JOÃO RELVAS / LUSA