“Estamos nesta fase a desenhar o projeto e a contactar os países para ver se estão interessados neste programa, porque este é um programa que tem de ter o compromisso dos países”, afirmou Lídia Brito à agência Lusa, à margem do seminário sobre Empreendedorismo, Inovação, Ciência e Tecnologia nos países africanos lusófonos, organizado pelo Centro Camões na universidade King’s College, em Londres.
A plataforma, em preparação pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura há dois anos, terá informação sobre investigadores, respetivas instituições de pesquisa e artigos científicos, e pretende fomentar a colaboração entre as instituições e cientistas.
“As pessoas não se conhecem. Como é que nós publicamos? Nós publicamos porque conhecemos os investigadores, ou porque estudamos juntos, ou porque foi nosso professor, ou porque ganhamos uma ‘grant’ [bolsa] juntos”, argumentou Lídia Brito, que foi ministra da Ciência em Moçambique e é doutorada em ciências florestais.
Esta responsável está confiante de que, com a informação disponível, serão “encontrados grupos que estão a fazer as mesmas coisas” e isso poderá promover a colaboração científica entre lusófonos.
Dados que apresentou, durante o seminário, mostraram que os países lusófonos colaboram muito pouco entre eles, como é o caso da Guiné Bissau, cuja principal relação científica é a Dinamarca, país financiador de vários programas de educação.
A ideia, que está a ser apresentada individualmente a cada país, tem como inspiração a ‘Plataforma Lattes’, que reúne currículos de estudantes e investigadores e dados de grupos e instituições de pesquisa do Brasil.
“Agora é [ver] como adaptar isso aos outros países, e garantir que estão todos numa única plataforma”, afirmou a diretora da UNESCO, que disse também estar ser estudada a forma de financiamento.
BM // EJ.
Lusa/fim
Foto: LUSA – 36ª Conferência Geral da UNESCO, Paris, 25/10/2011