Bissau, 16 dez (Lusa) – O domínio da Guiné-Bissau (.gw) já foi requisitado para 300 endereços na Internet após o primeiro ano de funcionamento, disse hoje à Lusa o secretário dos Transportes e Comunicações, João Bernardo Vieira.
“Temos aproximadamente 300 domínios registados entre empresas e particulares. Queremos mais, mas isso exige um trabalho de ‘marketing’ para as pessoas saberem que a Guiné-Bissau tem o seu domínio”, referiu.
João Bernardo Vieira garante que a divulgação vai continuar, porque o domínio “é uma questão importante. É a presença do país na Internet num mundo globalizado de novas tecnologias”, sublinhou.
Por 30 mil francos CFA (45, 73 euros) é possível ter um endereço de Internet com a extensão .gw pelo período de dois anos.
O registo foi lançado a 26 de novembro de 2014 com o apoio da associação DNS.pt, responsável pelo domínio de topo de Portugal (.pt) e que colabora com outros países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) nesta área.
A ARN é desde 10 de julho de 2014 a entidade responsável pelo domínio .gw no seguimento de uma decisão da Internet Assigned Numbers Authority (IANA).
“Foi um longo trabalho de três anos, na altura como administrador da Autoridade Reguladora Nacional (ARN), com deslocações a Pequim e Buenos Aires com o objetivo de resgatar o domínio, o que conseguimos em 2014”, recorda João Bernardo Vieira.
A Guiné-Bissau tenta acertar o passo com o resto do mundo no que respeita às tecnologias de informação.
A meio deste ano entraram em funcionamento as primeiras ofertas comerciais de banda larga móvel do país.
“Com o 3G a oferta está a melhorar, mas obviamente que não gostaríamos de ficar por aqui. Há um esforço, um trabalho a ser empreendido, nomeadamente com a questão do cabo submarino”, refere o secretário dos Transportes e Comunicações.
A Guiné-Bissau é o único país da África Ocidental sem ligação direta a um dos cabos que atravessam o Atlântico e que servem de coluna dorsal da Internet, permitindo acesso a alta velocidade.
“Já tivemos garantia do Banco Mundial” no sentido de financiar a ligação a território guineense, mas o processo ainda não está fechado: a verba está assegurada “a 90%”.
Na altura em que “estiver contratada”, há um conjunto de ações a tomar.
“Há um estudo que indica onde será feita a amarração no país e iremos também informar todos os envolvidos para dar continuidade ao projeto”, conclui João Bernardo Vieira.
LFO // EL – Lusa/fim-bissau