Macau, China, 12 jun (Lusa) – Uma delegação da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) inicia hoje uma visita a Macau, onde vai manter encontros com entidades oficiais e empresariais para dinamizar a plataforma entre a China e o universo lusófono.
A visita de representantes da UCCLA, que decorre até quarta-feira, surge a convite do governo de Macau, antigo enclave português que integra a organização internacional, criada em 1985, e que reúne atualmente mais de 40 cidades dos países de língua portuguesa.
Macau “faz parte da UCCLA desde o princípio e a partir da altura em que a República Popular da China passou a considerar esta Região Administrativa Especial como plataforma de relacionamento com os países de língua oficial portuguesa, obviamente que o interesse – quer de Macau, quer das demais cidades – cresceu na proporção dos objetivos”, afirmou o secretário-geral da UCCLA, Vítor Ramalho.
Neste sentido, “é natural que o governo de Macau tenha feito este convite para a UCCLA vir cá oficialmente”, realçou à Lusa, apontando que, na perspetiva da organização, tal justifica-se com o “objetivo que a Região Administrativa Especial tem de dinamizar, quer o Fórum Macau, quer o fundo criado [pela China] para apoiar os países de língua portuguesa”.
Vítor Ramalho referia-se ao fundo chinês de mil milhões de dólares destinado a investimentos de e para os países lusófonos, criado em 2013, cuja sede foi ‘transferida’ de Pequim para Macau em 01 de junho, para facilitar a divulgação e o contacto junto dos potenciais interessados.
Neste âmbito, o secretário-geral da UCCLA sustentou ser “do interesse das cidades e dos países” perceber o enquadramento das condições em que as candidaturas ao fundo podem ser apresentadas e, “por intermédio” da sua concretização, “dinamizar as relações de natureza económica e cultural”.
O secretário-geral e o presidente da Mesa da Assembleia-Geral da UCCLA, acompanhados pelo presidente da Associação Empresarial de Luanda, vão ser recebidos pelo chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, e reunir-se com representantes do Fundo e do Fórum Macau, do Instituto de Promoção do Comércio e de Investimento de Macau (IPIM) e do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), que é o correspondente às câmaras municipais e prefeituras em relação às demais cidades da UCCLA.
Estão também agendados encontros com empresários, incluindo com a antiga presidente da Assembleia Legislativa Susana Chou, cujo grupo “tem interesses económicos com o mundo lusófono”, bem como com o Banco da China em Macau, que “manifestou interesse em ter relações de aprofundamento” com a UCCLA.