UCCLA e AICEP reforçam cooperação para incrementar exportações

União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) e Agência Para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) assinam protocolo de cooperação com o objetivo de reunir sinergias para uma maior intervenção no espaço da UCCLA.
Um espaço que cobre atualmente 40 cidades como refere Vitor Ramalho, Secretário-geral da UCCLA, e onde as relações são facilitadoras no desenvolvimento de diversas áreas.
«Embora se chame União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, nós representamos quarenta cidades neste momento com um percurso histórico diferenciado e onde temos relações, para além da proximidade que têm a ver com a avaliação histórico dos próprios centros das cidades quando elas são património mundial, como em alguns casos, mas também a política de proteção civil, uma avaliação e intervenção do turismo e em ações concretas apoiadas pela União Europeia», Vitor Ramalho.

Vitor Ramalho, Secretário-feral da UCCLAVitor Ramalho, Secretário-feral da UCCLA
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«Como a relação é feita com as autarquias e o conhecimento dessa realidade institucional é muito próximo, isso facilita do ponto de vista empresarial, sobretudo, as Pequenas e Médias Empresas (PMEs) numa relação de maior ligação e de conhecimento», acrescenta.

O protocolo irá permitir à UCCLA assumir maior poder de intervenção e Pedro Reis, Presidente da AICEP, considera poder levar um maior desenvolvimento nas exportações de bens e serviços.
«A celebração deste acordo, esta parceria com a UCCLA, a meu ver pode ser muito interessante para as nossas exportadoras, para os investidores porque aproxima ainda mais a realidade, o perímetro de atuação da UCCLA da nossa realidade exportadora», afirma Pedro Reis.
«A UCCLA tem no seu seio uma rede potente das cidades de língua portuguesa e isso é talvez um dos maiores ativos que Portugal tem na sua internacionalização e tudo o que promover um conhecimento das empresas portuguesas exportadoras sobre os projetos de desenvolvimento dessas cidades tem valor para extrair para as nossas empresas», acrescenta o Presidente da AICEP.
A UCCLA em conjunto com a AICEP vai identificar, selecionar e estrutura projetos que possam vir a ser apresentados ao Fundo de Cooperação de Macau. A UCCLA irá também indicar e disponibilizar à Agência recursos especializados das cidades-membros em áreas como ambiente, educação, saúde pública, cultura, património, infraestruturas e formação técnico-profissional.


Pedro Reis, Presidente da AICEPPedro Reis, Presidente da AICEP
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«Nesta política de proximidade pretendemos agora, num Gabinete que montámos, selecionar missões empresariais» que funcionarão «sabendo antecipadamente quais são as prioridades que as cidades colocam relativamente a essas empresas que querem investir e arranjar parceiros para as PMEs», explica Vitor Ramalho.

A UCCLA tem vindo a lançar e a apoiar diversos projetos, mas é o conhecimento sobre a realidade das cidades que é mais importa, refere Vítor Ramalho.
«Tivemos agora um projeto com apoio da União Europeia que tem a ver com a formação de apicultores, por exemplo, e a criação de uma marca de mel que depois seja sustentável para os próprios agricultores e também um reforço do associativismo deles», refere.
«Em Angola, não obstante o desenvolvimento enorme que experimentam, por exemplo, na recuperação de automóveis, há empresas que são nossos apoiantes, cerca de quarenta, que manifestaram vontade de investir nessa área e, simultaneamente nesta reciprocidade, Angola tem também vantagens na UCCLA. Sobretudo, as cidades no domínio da formação autárquica, da requalificação urbana ou da compreensão da resposta que grandes metrópoles hoje em dia têm».
O Secretário-geral da UCCLA acrescenta que nas cidades-membros «as necessidades que sistematicamente se nos coloca tem a ver com a planificação urbana, com o urbanismo, com a questão do turismo e como é que isto tudo se compatibiliza. E é esta relação de proximidade que é muito útil agora explorarmos».
A AICEP irá fornecer à UCCLA dados sobre PMEs com o objetivo de serem promovidas junto das cidades-membros. Mas o protocolo considera uma colaboração muito alargada como seja, disponibilizar espaços em feiras organizadas pela AICEP, a organização conjunta de iniciativas nas áreas politica e empresarial, facilidades de acesso a linhas de financiamento internacionais a projetos a levar a cabo nas cidades-membros.
«Na área das engenharias, das infraestruturas, dos transportes, muitas vezes deparo-me nos mercados externos com um défice de competitividade das nossas empresas porque estão face a empresas de países gigantes que têm bancos de fomento muito fortes e muito musculados e falta-lhes financiamento, falta-lhes garantias, linhas de garantias mútuas», afirma o Presidente da AICEP.
Pedro Reis explica que «a AICEP tem uma relação privilegiada com estas instituições a nível internacional e pode com isso ajudar a implementar, a ativar esse financiamento para projetos que as cidades-membros estejam a pensar desenvolver e que possam ver assim a luz do dia».
E «se houver essa complementaridade isso ajudar as empresas portuguesas a participarem nesses projetos, uma vez estando esse financiamento assegurado», afirma.
As cidades capitais de língua portuguesa assumem cada vez maior importância enquanto destino das exportações portuguesas. Dados agora publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e relativos ao período de janeiro a novembro de 2013 indicam que as exportações portuguesas para os países de língua portuguesa, representaram 32% do total das exportações para países fora da União Europeia.

O total das exportações nacionais de Janeiro a Novembro de 2013 foram superiores a 43 mil 840 milhões de euros, tendo a soma das exportações para os países da CPLP alcançado um valor superior a 4 mil 155 milhões de euros.
De entre os vários países de língua oficial portuguesa Angola é o país para onde Portugal mais exporta, representando já 22% das exportações portuguesas fora da União Europeia, com um valor superior a 2 mil 853 milhões de euros.
No entanto, com Angola a anunciar a introdução de mais uma taxa nas importações a partir de Janeiro de 2014 não é possível prever-se qual a evolução das exportações nacionais para aquele país.
«Em relação ao tema da taxa de Angola, vamos esperar», afirma Pedro Reis e acrescenta que «há essa perspetiva mas não comento medidas em antecipação. Mas se vier obviamente que o aumento de taxas em quaisquer pais, em qualquer economia para quem exporta nunca tem um impacto positivo, é sempre uma barreira».
No que se refere aos mais recentes dados publicados pelo INE sobre as exportações portuguesas relativas ao trimestre de Setembro-Novembro de 2013, as exportações aumentaram 7, 0% e as importações 3, 7%, face ao período homólogo em 2012. As exportações alcançaram um valor de 12 mil 353 milhões de euros.
Mas a tendência de crescimento das exportações verificou-se ao longo de quase todo o ano de 2013 com um crescimento acumulado de 4, 35%. No total foram exportados 43 mil 840 milhões de euros até Novembro de 2013.

Fonte: TV Ciência

Foto: O porto comercial de Faro bate este ano o seu recorde de exportações atingindo as 400 mil toneladas de carga exportada, onde se destaca o envio de cimento, pedra, ferro, sal, atum e alfarroba, Faro, 09 de dezembro de 2013. LUIS FORRA/LUSA

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