A análise do potencial de um Triângulo Estratégico entre América Latina-Europa-África, com um universo superior a 100 países, baseia-se necessariamente na generalização de um sistema com realidades muito distintas nos seus vértices, não só na vitalidade económica que apresentam, mas também, em muitos casos, na maturidade da sua identidade sociocultural.
A polarização destas geografias, mais do que por regiões ou nações, ocorrerá de forma dramática nas cidades que, tomando o continente africano como exemplo, concentrarão mais de 40%da população. Com o objectivo de garantir compreensão e accionabilidade, simplificam-se noções sobre “mercados emergentes” que incluem potências comprovadas como o Brasil.
Reconhece-se que a perspectiva da autoria acaba por destacar inevitavelmente sub-regiões como a África Subsaariana e o seu potencial agrícola, ou a Península Ibérica e o poder linguístico que encerra, através dos seus idiomas que, juntos, constituem a 2ª língua mais falada no globo.
Não obstante, existem razões de optimismo sobre a diferenciação deste Triângulo no palco global: o capital humano, reconhecendo a necessidade do equilíbrioentre demografia, saúde, educação e urbanização; os recursos naturais, com ênfase no potencial alimentar; e aproximidade cultural.
Tal como a localização geográfica, este último elemento é o menos replicável das variáveis e, se promovido efectivamente, um relevante factor de vantagem competitiva face a outras regiões.
Apesar das vantagens de compreender e influenciar o contexto macroeconómico e geoestratégico, a verdadeira concretizaçãode relações triangulares será materializada em organizações que integrem o Triângulo Estratégico nos seus próprios modelos de negócio e operativos. Neste âmbito, muitos dos casos de referência são identificados em empresas com origens nos mercados emergentes, melhor capacitadas para interiorizar a multipolaridade que condiciona e reconstrói continuamente a perspectiva que as organizações possam ter sobre as suas vantagens.
Com toda a simplificação inerente a um documento desta natureza, assume-se o objectivo de suportar, pela estruturação de evidências económicas e empresariais, um debate alargado e multidisciplinar sobre o potencial geoestratégico do Triângulo América Latina-Europa-África, integrando as dimensões politica, social, académica ecultural.
Identificar traços estruturais da situação económica actual destas geografias, que sustentem a tomada de consciência, apoiem o desenvolvimento de cenários e hipóteses de trabalho e, finalmente, que motivem a acção de responsáveis públicos e privados.
Este estudo é parte integrante do posicionamento estratégico da Accenture enquanto parceiro para a internacionalização das organizações, sustentado num programa de longo prazo para a pesquisa e estudo sobre a globalização das economias. Os conteúdos apresentados baseiam-se na sistematização de dezenas de estudos, a partir da pesquisa e experiência nos mercados, realizados de forma autónoma ou em continuidade com organizaçõesinternacionais como o Fórum Económico Mundial.
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