Victoria Falls, Zimbabué, 02 mar 2024 (Lusa) – O diretor adjunto da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) defendeu hoje que a transição energética é uma “oportunidade única” para transformar as economias africanas, posicionando-as para um futuro mais ‘verde’.
“Temos de acelerar a adoção de transições justas e sustentáveis, que precisam de mudanças estruturais de longo prazo e investimentos adequados”, disse António Pedro durante uma intervenção na Conferência dos ministros das Finanças, Planeamento e Desenvolvimento Económico africanos, que decorre em Victoria Falls, no Zimbabué.
Os países africanos, vincou, “têm uma oportunidade única para transformar ativamente os países e fazerem a transição para economias inclusivas, de baixo carbono e eficientes em recursos”, uma necessidade que resulta da fragilidade económica, alterações climáticas, conflitos e desconfiança que se agravaram desde a última reunião dos ministros, no ano passado.
Entre as áreas mais importantes do ponto de vista da transformação das economias, com efeitos catalisadores e abrangentes face aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, António Pedro elencou a mudança nos sistemas alimentares, dando prioridade às cadeias de valor regionais, à redução do risco para os investidores externos e à aceleração da aplicação do acordo de livre comércio no continente.
Para além disso, António Pedro defendeu a necessidade de aumentar o acesso à energia a um custo acessível, à conetividade digital, à melhoria dos sistemas de educação e de proteção social, bem como à criação de empregos.
“Por último, temos de fortalecer a nossa resposta e a ação coletiva sobre as alterações climáticas, perda de biodiversidade e poluição, através da implementação da Declaração de Nairobi, que reconhece que as alterações climáticas são o maior desafio enfrentado pela humanidade e a maior ameaça à vida na Terra”, acrescentou.
A reunião do comité de peritos africanos decorreu em Victoria Falls até sexta-feira, sendo seguida de eventos laterais durante este fim de semana, e termina com a reunião dos ministros com as pastas das Finanças, Planeamento e Desenvolvimento Económico, na segunda e terça-feira.