epa08536469 Aldeões timorenses recolhem grãos de café durante a época de colheita em Letefoho, Timor Leste, 09 de julho de 2020. O café é uma das maiores exportações da economia de Timor-Leste. EPA / ANTONIO DASIPARU
Díli, 02 dez 2021 (Lusa) – Um projeto luso-europeu, de reforço da supervisão das finanças públicas timorense apresentou hoje doze manuais de português para fins específicos, na conclusão de uma ação de formação em língua portuguesa.
Os manuais foram desenvolvidos no quadro dos processos de formação conduzidos pela “Parceria para a melhoria da Prestação de Serviços através da Gestão e Supervisão das Finanças Públicas reforçada em Timor-Leste” (PFMO).
Desenvolvidos ao longo do projeto, os 12 manuais estão direcionados às áreas de Auditoria Financeira, Auditoria Social, Prevenção e Investigação Criminal e Criminalidade Económica e Financeira.
Cofinanciado pela União Europeia e pelo Instituto Camões, o PFMO dinamizou até agora quase 30 cursos de língua portuguesa para fins específicos – de 180 horas de duração – em várias instituições incluindo a Câmara de Contas (CDC), na Inspeção-Geral do Estado (IGE), na Polícia Científica e Investigação Criminal (PCIC), na Comissão Anticorrupção (CAC) e em várias organizações da sociedade civil.
Os cursos começaram em maio de 2019 e terminam no final deste ano e envolveram vários professores e formadores portugueses.
Participaram no programa 328 formandos de seis instituições com um total de mais de 65 mil horas de formação, cerca de metade do objetivo, tendo o calendário sido condicionado pela pandemia.
Sublinhando a crescente importância da língua portuguesa na administração pública e nas instituições públicas timorenses, o embaixador português em Díli, José Pedro Machado Vieira disse que os resultados da formação técnica são potenciados pela formação línguistica.
“O PFMO tem apoiado, ao longo de mais de 2 anos, a formação intensiva em língua portuguesa de nível técnico, adaptada ao contexto de trabalho de cada instituição parceira”, recordou.
“Em virtude do trabalho desenvolvido, verifica-se invariavelmente uma maior confiança e segurança na mobilização das competências técnicas, abrindo caminho ao incremento da qualidade, da produtividade e da eficácia no desempenho profissional”, frisou.
Mário Machado, Gestor de Programas da Delegação da União Europeia em Timor-Leste sublinhou a importância de conciliar a formação de vocação mais técnica, do PFMO, com o componente de formação em língua portuguesa.
“O PFMO deixa um valioso legado, pela capacitação de centenas de quadros, mas pelos recursos didáticos que deixa produzidos. Estes manuais, cadernos de exercícios e uma plataforma online podem ser utilizados, adaptados para permitir a continuidade de formação no futuro, e para preparação de futuros quadros das várias instituições”, afirmou.
“Isso acrescenta mais valor e sustentabilidade ao trabalho realizado. E a sustentabilidade destes projetos é um fator essencial”, disse ainda.
A apresentação dos manuais decorreu numa cerimónia no Centro Cultural Português, em Díli, e responsáveis de várias instituições timorenses, incluindo o diretor do Serviço do Ordenador Nacional, Gregório Ferreira da Silva e o diretor nacional da Polícia Científica de Investigação Criminal (PCIC), Vicente Fernandes Brito, entre outros.
Financiado pela UE e pelo Camões-Instituto de Cooperação e da Língua e implementado pela instituição portuguesa, o programa PFMO é uma parceria para a melhoria da qualidade de prestação de serviço público, através do reforço da gestão e supervisão das finanças públicas.
O programa inclui uma componente dirigida à melhoria dos mecanismos e instrumentos de gestão das finanças públicas, com um apoio orçamental direto da UE no valor de 17 milhões de euros.
O segundo componente, no valor de 12 milhões de euros, destina-se ao reforço da supervisão das finanças públicas, para reforço das instituições nacionais e para assegurar a capacitação de quadros e técnicos de oito parceiros de Timor-Leste – Parlamento Nacional, a Câmara de Contas, a Procuradoria-Geral da República, a Comissão Anti-Corrupção (CAC), a Polícia Científica de Investigação Criminal (PCIC) e a Inspeção-Geral do Estado (IGE).
É ainda dado apoio a jornalistas e à sociedade civil, para fortalecimento do processo de fiscalização pública das contas do Estado.
ASP//MIM – Lusa/Fim