‘Startups’ chinesas dominam competição sino-lusófona em Macau

Macau, China, 10 out 2022 (Lusa) – A segunda edição do “928 Challenge”, uma competição para ‘startups’ entre os países de língua portuguesa e a China, atraiu 249 equipas universitárias e empresariais, 70% das quais são chinesas, disse hoje a organização.

Marco Rizzolio, cofundador da competição, disse à Lusa que “há grande interesse” dos chineses numa competição “internacional, que abre portas para fora” do país.

“Mas há interesse dos dois lados”, acrescentou Rizzolio, sublinhando que o “928 Challenge” atraiu “equipas de todos os países de língua portuguesa”, porque a China “é o segundo maior mercado mundial”.

Na primeira edição do “928 Challenge”, aberta apenas a equipas universitárias, inscreveram-se 153 equipas com quase 800 estudantes, sendo que 89 entregaram em outubro de 2021 projetos desenvolvidos.

Com o alargamento das candidaturas a empresas, a competição atraiu mais 100 equipas, com um total de 1.256 inscritos para um ‘bootcamp’ ‘online’ de 15 dias.

Durante a primeira semana do ‘bootcamp‘, especialistas “deram a conhecer aos participantes o ambiente de negócio” dos países lusófonos e da Grande Baía, disse Rizzolio.

A Grande Baía é um projeto de Pequim que visa criar uma metrópole a partir das regiões administrativas especiais de Macau e de Hong Kong, e nove cidades da província de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing), com mais de 60 milhões de habitantes.

Já na segunda semana, que começou hoje, a organização ajuda as equipas a “preparar bem” os planos de negócios orientados para a sustentabilidade, disse Rizzolio.

No caso das empresas, trata-se de “adaptar o serviço ou produto que faça a ponte entre a China e os países de língua portuguesa”, acrescentou o coordenador do projeto.

Os melhores 16 planos serão apresentados ao júri e a potenciais investidores na final, marcada para 29 de outubro, durante a Feira Internacional de Macau, disse Rizzolio.

Durante a apresentação da segunda edição da competição, em abril, um outro coordenador do projeto, José Alves, tinha admitido ter esperança num eventual alívio das restrições devido à pandemia que permitisse aos finalistas irem à região chinesa apresentar os projetos.

Em maio, Macau tinha levantado as restrições fronteiriças a cidadãos portugueses. No início de setembro, a isenção foi alargada a viajantes de 41 países, uma lista que inclui o Brasil, mas não os restantes países lusófonos (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).

O vencedor da primeira edição, um projeto de produção de vacinas probióticas para peixes de aquacultura, da Universidade do Porto, já obteve fundos da União Europeia, mas os alunos ainda não puderam ir a Macau, lamentou em abril José Alves, também diretor da Faculdade de Business da Universidade Cidade de Macau.

O concurso tem a organização conjunta do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau) e de várias universidades de Macau e da Grande Baía e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

VQ (EJ) // VM – Lusa/Fim

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