A disciplina integra o leque de seis idiomas estrangeiros opcionais ensinados a partir do 8º ano, para além do francês (língua oficial) e do inglês (obrigatório a partir do 6ª ano). A aprendizagem pode durar 5 ou 3 anos, consoante o aluno a tenha escolhido logo no 8º ano ou só no 10º ano.
No ensino superior, o Português é estudado na FLSH da UCAD de Dacar, durante os 4 anos da licenciatura em Estudos Portugueses ou como língua de opção nos outros departamentos ou secções da Faculdade. Nos centros universitários regionais de Thies e de Ziguinchor, o Português pode ser estudado no âmbito de cursos vocacionados para Tradução, Relações Internacionais ou Turismo. É ainda estudado na Faculdade de Ciências e Tecnologias da Educação e da Formação da UCAD (FASTEF), durante um ou dois anos, pelos futuros professores de língua.
Os números referidos por José Horta falam por si: nos ensinos médio e secundário do Senegal havia, em 2009-2010, cerca de 23.000 alunos de língua portuguesa nos estabelecimentos de 12 das 14 regiões do país. Na FLSH o número de estudantes é este ano letivo superior a mil, 770 dos quais na licenciatura em Estudos Portugueses. Na FASTEF, há, no presente ano letivo, cerca de 50 discentes estagiários. E nos centros universitários de Thies e de Ziguinchor o número de estudantes será atualmente de «algumas dezenas», pois são instituições criadas recentemente.
Deve-se ao presidente-poeta Léopold Sédar Senghor a introdução do português no ensino secundário senegalês, em 1961, e no ensino universitário, em 1973, recorda o responsável do CLP. Mas sendo «substancialmente diferente» o número daqueles que aprendem cada uma das seis línguas estrangeiras opcionais no sistema de ensino, para o elevado número de aprendentes de português José Horta aponta fatores como o prestígio do idioma junto dos estudantes, a proximidade da Guiné-Bissau e Cabo Verde, a partilha de valores culturais entre as populações do sul do Senegal e da Guiné-Bissau («são grandes as semelhanças entre os crioulos de base lexical portuguesa nos dois lados da fronteira»), o trabalho de promoção junto das escolas, a motivação induzida pela formação recebida pelos docentes, as saídas profissionais e a maior ou menor presença dessas línguas e respetivas culturas nos meios de comunicação social.
Para manter o ensino da língua portuguesa no elevado nível que ganhou no Senegal, José Horta à sua atividade como professor, formador e responsável pelas atividades do CLP junta o permanente contacto com docentes, autoridades escolares e universitárias e com a Associação de Professores de Português do Senegal. «A relação que mantenho com estas entidades é muito salutar, de uma grande cordialidade e, nalguns casos, de camaradagem profissional».
FONTE: Instituto Camões