Nova Iorque, 30 set (Lusa) – Com o propósito de promover o teatro português nos Estados Unidos, nasceu este mês em Nova Iorque a Saudade Theatre, a primeira companhia de teatro portuguesa.
“Saudade Theatre representa uma voz necessária, uma voz que não existia no teatro em Nova Iorque. Existem representações de muitas culturas e países e o nosso não era um deles”, explicou à Lusa o diretor artístico da companhia, Felipe Valle Costa.
O ator lisboeta de 28 anos, que vive nos EUA há uma década, diz que a companhia surgiu do sentimento que ele e os outros fundadores partilhavam ao viver na cidade.
“A ideia surgiu da nossa solidão enquanto artistas portugueses. Sentimos uma falta enorme de contar as nossas histórias, o nosso sangue, a nossa forma de sentir e lutar pela vida. Achámos, enquanto atores e enquanto artistas separados há já vários anos da nossa terra natal mas nunca separados da alma portuguesa, que era o nosso dever suprimir essa carência e partilhar as raízes do nosso trabalho”, explica.
A primeira iniciativa da companhia foi a leitura encenada de um texto extraído da peça “Vulcão”, de Abel Neves, no INTAR Theatre da 52.ª Rua, com a atriz Carolyn Michelle Smith, a cantora Sofia Ribeiro e o guitarrista César Garibini.
Neste momento, a equipa está em processo de desenvolvimento da peça completa, que espera produzir já no início do próximo ano.
Valle Costa diz que a missão da companhia passará, “muito sucintamente, por descobrir, desenvolver, traduzir, adaptar e produzir histórias portuguesas em Nova Iorque.”
Da equipa fazem ainda parte o ator Diogo Martins, que assume o papel de segundo diretor artístico, o realizador Pedro Marnoto Pereira, responsável pelos audiovisuais, e o ator Alex Correia, encenador residente.
Valle Costa diz que os quatro portugueses acreditam ser “parte de uma determinada consciência ideológica que forma a identidade Portuguesa, com toda a complexidade e contradições que isso acarreta” e que é esse sentimento que querem levar a palco.
“Saudade Theatre é a materialização daquilo em que acreditamos artisticamente e daquilo que somos culturalmente”, conclui.
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