Lisboa, 17 out (Lusa) – A bailarina cabo-verdiana Sara Estrela venceu a 1.ª edição do programa de Residência Artística em Dança a realizar em Lisboa e a bailarina madeirense Sara Anjo venceu o mesmo programa a realizar em Cabo Verde, foi hoje anunciado.
De acordo com o Instituto Camões, os programas, criados ao abrigo de um protocolo de cooperação com a Câmara Municipal de Lisboa (CML), vão decorrer entre 01 e 30 de novembro em Lisboa e também na Cidade da Praia, em Cabo Verde.
O programa de residência artística em Lisboa destina-se a coreógrafos e/ou bailarinos de nacionalidade cabo-verdiana em início de carreira, com residência oficial em Cabo Verde, ou que se encontrem a viver, estudar e/ou trabalhar no país e que pretendam desenvolver um projeto de criação artística na área da dança, “coerente com o seu percurso artístico e pertinente na proposta de relação com a cidade de Lisboa”.
Por seu lado, o programa em Cabo Verde destina-se a coreógrafos de nacionalidade portuguesa em início de carreira, com residência oficial na área territorial do concelho de Lisboa ou que aí se encontrem a viver, estudar e/ou trabalhar e que pretendam desenvolver um projeto de criação artística na área da dança, também “coerente com o seu percurso artístico e pertinente na proposta de relação com a cidade da Praia”.
Nascida em Cabo Verde, em 1985, Sara Estrela é artista, encenadora, performer, professora e produtora.
Formou-se em Artes Cénicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e foi uma das fundadoras do Coletivo Kerencaferem no Rio de Janeiro, tendo completado o seu mestrado em Estudos Teatrais em Barcelona pela Universidade Autónoma de Barcelona.
O júri constituído por João Fiadeiro (especialista na área da dança, convidado), Ana Rita Wever (CML) e Maria João Pinto Correia (Instituto Camões) decidiu por unanimidade selecionar a proposta de trabalho de Sara Estrela que entendeu estar bem estruturada e ajustada ao percurso artístico e experiência profissional da candidata.
O júri considerou o projeto “Luzia dja bai”, de que a residência de Lisboa fará parte, “uma proposta com um forte potencial dramatúrgico na medida em que utiliza um acontecimento regular (mas imprevisível) do quotidiano cabo-verdiano como ponto de partida para a construção coreográfica da peça”.
Por outro lado, “a associação que Sara Estrela faz desse evento disruptivo com a condição das mulheres emigrantes, é bastante interessante e consistente na relação que estabelece com a cidade de Lisboa”.
Por seu turno, Sara Anjo, nascida em 1982, na Madeira, é bailarina e, em Lisboa, formou-se em dança pela Academia de Dança Contemporânea (2001).
Estagiou na Companhia Nacional de Bailado e formou-se como instrutora de yoga, tendo trabalhado como intérprete com coreógrafos portugueses como Clara Andermatt, Sofia Silva, e Rui Horta.
O mesmo júri decidiu por unanimidade selecionar a proposta de trabalho de Sara Anjo, tendo em conta o seu percurso e formação, bem como a consistência da proposta de trabalho apresentada, com o título provisório “Mapas Intensivos”.