Fotos LUSA
“Tínhamos alunos com dificuldades sobretudo a matemática e a ciências, muitos sentiam um grande distanciamento em relação às aulas e precisávamos quase de um banho de realidade nas aulas “, explica o presidente do agrupamento, José Loios, à agência Lusa.
Com a era digital a invadir o quotidiano dos jovens, os professores reinventaram os métodos de ensino e o agrupamento deu um passo à frente, dotando as salas de ‘tablets’, mesas interativas táteis, ardósias digitais, computadores, ‘drones’, câmaras fotográficas e impressoras 3D para melhor motivar os alunos e aproximar a escola da realidade.
Ana Batalha, docente de História, foi uma das primeiras entusiastas e tem vindo a dar formação e a convencer outros professores do agrupamento de como até os conteúdos mais teóricos de cada disciplina podem ser ensinados, recorrendo às tecnologias.
“Imaginar os alunos a aprenderem a crise religiosa do século XVI só a ler o manual e a ouvir o professor não tem o mesmo resultado, nem a mesma motivação do que se puderem utilizar um ‘tablet’ e acederem a conteúdos online, visitas virtuais e a uma série de recursos que hoje estão na internet, sempre acompanhados pelo professor” exemplifica à Lusa a professora.
Computadores, quadros interativos, ‘tablets’ e telemóveis estão todos ligados em rede, por isso grande parte do trabalho efetuado dentro da sala é feito “virtualmente” e a caneta e o lápis quase não são usados.
Na aula de História e Património Local de uma turma do 8º ano, a professora Ana Batalha dá o endereço de locais na internet para os alunos pesquisarem sobre uma igreja local e formularem perguntas para fazerem uns aos outros. Ao acompanhar o exercício, a docente avalia de imediato os alunos, percebendo quem errou ou acertou nas questões.
“Incentiva mais trabalhar com as novas tecnologias do que estarmos só a ler nos manuais”, diz à Lusa Raphael Bogalho, 13 anos, alunos do 8º ano.
A ‘sala de aula do futuro’ da escola de 2º e 3º ciclos começou há três anos para a disciplina de Matemática e Ciências do 6º ano.
Com a melhoria dos resultados pelos alunos e a forte adesão dos professores, começou a ser alargada a outras disciplinas, obrigando à aquisição de mais tecnologia para espalhar por outras outras salas, e este ano foi aberta uma segunda ‘sala de aula do futuro’ para alunos do primeiro ciclo da escola de Ferrel.
“Antes as aulas eram uma seca, éramos mais e estudávamos a partir dos livros ou íamos ao computador de casa e agora aprendemos mais porque temos mais tecnologias e somos menos”, confessa à Lusa João André Vieira, oito anos, a frequentar o terceiro ano do primeiro ciclo.
Os pais conseguem acompanhar mais de perto o percurso escolar dos filhos sem terem de se deslocar à escola, trocando emails com os professores ou acedendo ao site da escola, onde dispõem de informação sobre faltas, testes ou elementos de avaliação.
O projeto, financiado pela Fundação Gulbenkian, abrange 650 alunos e tem contribuído também para aproximar os pais das novas tecnologias.