Lisboa, 05 jan (Lusa) – O parlamento português lamentou hoje, através da comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, o incêndio que destruiu o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, em dezembro, e manifestou-se disponível para colaborar na sua reconstrução.
Numa deliberação hoje aprovada por unanimidade, os deputados da segunda comissão manifestam a sua solidariedade à República Federativa do Brasil, ao governo do Estado de São Paulo, à Fundação Roberto Marinho e “a todo o povo irmão do Brasil pela triste ocorrência”.
A Assembleia da República disponibiliza-se também para colaborar, “na medida das suas capacidades, no esforço de reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, exaltando assim, uma vez mais, a união em torno da expressão em língua portuguesa no mundo”.
Na deliberação, o parlamento português afirma que, desde a sua inauguração, em 20 de março de 2006, o Museu da Língua Portuguesa transformou-se “numa referência fundamental” na lusofonia.
“É inquestionável, desde então, o papel essencial que o museu vinha desempenhando na valorização, promoção e difusão da língua portuguesa, tendo logrado inovar no plano da divulgação de conteúdos baseadas na utilização das novas tecnologias de informação, designadamente, com recursos interativos que em muito contribuíram para a assinalável e permanente adesão de milhões de visitantes interessados no conhecimento do universo da língua e das culturas que se exprimem em português”, afirma a posição da comissão de Negócios Estrangeiros.
A mesma deliberação refere que os deputados portugueses receberam com “particular tristeza e consternação” a notícia do “trágico incêndio”.
A deliberação será agora enviada, por via diplomática, às autoridades brasileiras.
O incêndio, ocorrido no dia 21 de dezembro, destruiu quase totalmente as instalações do Museu, mas o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, já garantiu que vai ser reconstruído e que o acervo é digital e foi preservado porque a instituição tem cópias das obras.
Ronaldo Pereira da Cruz, um dos bombeiros que trabalhava no local e tentou controlar as chamas, morreu na sequência uma paragem cardiorrespiratória, após ter sido internado num hospital da cidade.
O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, declarou à agência Lusa que recebeu “com consternação” a notícia do incêndio, exprimiu “solidariedade” com os envolvidos e lamentou a morte verificada.
Desde que abriu ao público, o Museu da Língua Portuguesa já recebeu mais de três milhões de visitantes.
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