Entre as várias dúvidas que o domínio da língua portuguesa tantas vezes causa, há uma que, apesar de passar relativamente despercebida, é bastante assídua.
Exemplos:1.1. «Lembrei-me de ir a casa do João.»1.2. «Lembrei-me de que é urgente ir a casa do João.»
2.1. «A Maria esqueceu-se de me trazer as chaves.»
2.2. «A Maria esqueceu-se de que tinha de me trazer as chaves.»
No caso dos substantivos e adjectivos, saibam que há alguns que requerem a preposição de, como é o caso de certeza, ideia, argumento, medo, vontade ou seguro, indeciso e hesitante. Nestes casos o que não é uma pronome relativo (como em «O carro que eu comprei é verde»), mas uma conjunção integrante. Assim, não pode ser substituído por “o qual” e, consequentemente, não pode dissociar-se do seu amigo de.
Exemplos:
3. «Tenho a certeza de que o Paulo me vai ajudar.»
4. «Tenho ideia de que deixei a minha carteira no carro.»
5. «Ela mostrou vontade de que ele voltasse cedo.»
6. «Eu tenho medo de que ela não chegue a tempo.»
Por outro lado, não empregamos de que, mas apenas que, quando o verbo de modo nenhum exige a preposição de.
Por exemplo:
7. «A Universidade de Lisboa participa que estão abertas as inscrições».
8. «Quais são as disciplinas que mais detestas?»
9. «Pensas que é preciso gritares para te fazeres ouvir?»
10. «Tenho tudo o que precisas.» – sobre este último exemplo leia-se o esclarecimento do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa