Segundo Mário Ferro, presidente da Confederação da Publicidade dos Países de Língua Portuguesa (CPPLP), os publicitários da comunidade “não têm nada a favor nem contra” a admissão da Guiné Equatorial, país que aderiu à CPLP no ano passado, mas há abertura para a discussão do tema com todos os membros.
“Vamos ter de discutir qual vai ser a nossa posição em relação à admissão da Guiné Equatorial como membro de pleno direito da CPPLP. A Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) é a organização mãe, da qual nós fazemos parte com o estatuto de observadores, e houve a decisão de admitir a Guiné Equatorial como país membro e nós temos que analisar que tratamento iremos dar ao assunto dentro da confederação”, adiantou Mário Ferro à agência Lusa.
Outro assunto que será discutido na assembleia geral, indicou o também presidente da Associação Moçambicana de Empresas de Marketing, Publicidade e Relações Públicas (EMEP), é a autorregulação do setor da publicidade, para evitar “interferências abusivas” dos Governos e autoridades.
“Entendemos que a publicidade deve ser regulada cada vez mais pelos seus próprios atores, sem a intervenção abusiva, por vezes, dos Governos e das autoridades. Nós próprios temos de ser conscientes e responsáveis pelo trabalho que fazemos. Autorregulação é um aspeto importante que nós vamos trabalhar”, perspetivou.
Mário Ferro disse que a interferência dos Estados na publicidade “é evidente”, sobretudo em “países emergentes” como Angola, Moçambique e Cabo Verde e “alguns casos” em Portugal e no Brasil.
“Nos nossos países, a interferência das autoridades (na publicidade) é um facto concreto. Nós queremos ter os códigos e os regulamentos e ser nós próprios a fazer cumprir as obrigações que temos para podermos desempenhar da melhor maneira a tarefa como homens de comunicação”, insistiu o presidente da CPPLP.
Referindo que será fácil criar os documentos de autorregulação, Mário Ferro entendeu que o maior problema será pô-los em prática e dá como exemplo de Moçambique, que há seis/sete anos pretende colocar em prática o fórum de autodisciplina da publicidade.
Os países membros da CPPLP são Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal, estando também em discussão a criação de condições para a participação ativa de São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor-Leste.
A internacionalização das agências no espaço CPLP e atualização dos estatutos são, entre outros assuntos, a serem abordados na 11ª sessão ordinária da CPPLP, que termina quarta-feira.
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Foto: Cartazes publicitários do Licor Beirão, pequena empresa que nasceu em 1940 e hoje lidera o mercado do consumo de bebidas espirituosas, na Lousã, 21 de abril de 2014. PAULO NOVAIS/LUSA