Na próxima terça-feira, passam 93 anos sobre o nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen, celebrando a Porto Editora a data com a publicação de “A Fada Oriana”, “A Menina do Mar” e “Quatro Contos Dispersos”, e a colocação on-line de uma página dedicada à poetisa – http://www.portoeditora.pt/campanhas/sophia-de-mello-breyner-andresen -, que “será atualizada regularmente”, disse a mesma fonte.
A Porto Editora informou que detém agora os direitos de edição da obra em prosa de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Nos planos da casa editorial está também a publicação, “ainda este ano”, da peça “O Colar” (2001), da escritora.
Segundo Vasco Teixeira, diretor editorial do Grupo Porto Editora, o objetivo é “relevar a Sophia a um nível de visibilidade e de conhecimento do qual, injustificadamente, está há algum tempo afastada, reaproximando-a dos leitores e, principalmente, divulgando-a junto dos mais novos”.
“Um projeto editorial encarado com particular responsabilidade, e ao qual estamos a dedicar o melhor de nós, contando também com o contributo de alguns dos melhores ilustradores portugueses”, salientou Vasco Teixeira.
Teresa Calem ilustrou “A Fada Oriana”, Fernanda Fragateiro, “A Menina do Mar”, e João Caetano, “Quatro Contos Dispersos”.
Neste sentido, disse fonte do grupo, “será feito um forte trabalho de divulgação das novas edições junto de todas as escolas portuguesas, procurando envolver professores e alunos da (re)descoberta de Sophia”.
No primeiro semestre do próximo ano, a editora projeta publicar “A Árvore”, “A Floresta”, “O rapaz de bronze”, “As histórias da terra e do mar” e os “Contos exemplares”, disse a mesma fonte.
No passado dia 15 de outubro, a Porto Editora publicou o conto “Os Ciganos”, inédito inacabado de Sophia de Mello Breyner Andresen, que o neto Pedro Sousa Tavares concluiu.
Sousa Tavares referiu-se a este conto como “uma história de liberdade e de compreensão daquele que é diferente”.
Sophia de Mello Breyner Andresen, natural de Porto, publicou os primeiros poemas em 1945, nos Cadernos de Poesia, revista onde fez amizade com poetas como Ruy Cinatti e Jorge de Sena.
Entre 1936 e 1939, Sophia frequentara a licenciatura de Românicas da Faculdade de Letras de Lisboa, cidade para onde se mudara com os pais.
Publicou cerca de 20 títulos de poesia, além de ter vários poemas dispersos por antologias e revistas. Editou em vida dois volumes de contos: “Contos Exemplares”, em 1962, e “Histórias da Terra e do Mar”, em 1984.
A obra de Sophia abarca ainda a literatura infantil, num total de oito livros, entre os quais “Menina do Mar” e “Cavaleiro da Dinamarca”, o teatro, com cinco títulos publicados, e oito ensaios, nomeadamente um sobre Cecília Meireles e outro sobre “O Nu na Antiguidade Clássica”, originalmente editado em 1975.
A autora foi distinguida com 18 prémios nacionais e estrangeiros, dos quais o Grande Prémio de Poesia da Sociedade Portuguesa de Escritores, em 1964, a Medalha de Verneil da Societé de Encouragement au Progrés, de França, em 1979, o Prémio D. Dinis, da Fundação da Casa de Mateus, dez anos mais tarde, o Prémio Camões, em 1999, e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana, um ano antes de falecer.
NL. // MAG.
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Foto: LUSA – Quadros e manuscritos que fazem parte do espólio de Sophia de Mello Breyner Andresen doado pela família à Biblioteca Nacional, Lisboa, 26 de janeiro de 2011. MIGUEL A. LOPES/LUSA