PSD quer ouvir CPLP no parlamento sobre eleições na Guiné Equatorial

Fotos CPLP

Lisboa, 09 mai (Lusa) – O PSD quer ouvir no parlamento o embaixador de Timor-Leste junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) sobre a missão de observação às eleições presidenciais na Guiné Equatorial que o diplomata chefiou, disse o deputado Paulo Neves.

Os deputados social-democratas apresentaram um requerimento a solicitar a audição do embaixador Antonito de Araújo na comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, que será discutido esta quarta-feira.

Em declarações à Lusa, o deputado Paulo Neves afirmou que o objetivo é ouvir o diplomata timorense para “saber como correram” as eleições e conhecer o relatório elaborado pelos observadores.

A CPLP realizou uma missão de observação às eleições presidenciais na Guiné Equatorial, que decorreram a 24 de abril e em que o Presidente, Teodoro Obiang Nguema, foi reeleito com 93, 7% dos votos para mais um mandato de sete anos.

A missão, chefiada pelo embaixador de Timor-Leste – que atualmente exerce a presidência da CPLP – considerou que as eleições decorreram “de forma ordeira e pacífica” e registou uma predominância de elementos do partido no poder.

“A Guiné Equatorial faz parte da CPLP, é um país recente [na organização, a que aderiu em julho de 2014], comprometeu-se com reformas internas e temos de acompanhar”, considerou o deputado.

Para Paulo Neves, trata-se de “questões importantes e legítimas” que a comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros deve debater.

Na semana passada, a embaixada da Guiné Equatorial em Lisboa afirmou que o Presidente foi reeleito “com total transparência” e relatou que as eleições foram observadas por várias organizações, que as consideraram “livres e transparentes”.

O ato eleitoral foi monitorizado por 40 observadores da União Africana e de vários países, liderados pelo anterior Presidente da República do Benim, Boni Yayi, e também por Abdoulaye Bathily, enviado especial para a África Central do secretário-geral da Nações Unidas, Ban Ki-moon, segundo uma nota do embaixador Tito Mba Ada.

Outros organismos que realizaram missões de observação, além da CPLP, foram a Comunidade Económica dos Estados da África Central, o Instituto Pan-Africano para a Assistência Eleitoral, o Instituto de Estratégia e Democracia dos Estados Unidos, bem como missões diplomáticas acreditadas na Guiné Equatorial e membros da sociedade civil nacional e internacional, acrescenta o comunicado.

Decano em termos de longevidade no poder dos chefes de Estado africanos, Obiang Nguema, 73 anos, lidera um regime que é regularmente criticado por organizações de defesa dos direitos humanos devido à repressão dos opositores, da sociedade civil e dos meios de comunicação social, assim como pela extensão da corrupção.

Recentemente, o Governo português pediu “passos claros e evidentes do ponto de vista da democratização política e, nesse plano, a forma como irá decorrer a campanha, a eleição e o apuramento de resultados na eleição presidencial é determinante”.

Questionado pela Lusa sobre a forma como o executivo viu o processo eleitoral neste país, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse que a nota da missão da CPLP é “muito equilibrada e muito precisa”.

JH (JSD) // VM – Lusa

Acompanhamento Eleições Presidenciais na República da Guiné Equatorial

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