Promoção de leitura em Angola criou 45 bibliotecas num ano

Em declarações à Lusa, o angolano Rui Ramos, um dos membros do clube à frente do projeto em Luanda, disse que até ao final do ano pretendem atingir os 10 mil livros e chegar às províncias de Cabinda e Moxico, as duas províncias das 18 de Angola a que ainda não chegaram.

O projeto já distribuiu 9.500 livros, todos doados em Angola e Portugal.

As bibliotecas foram criadas em pediatrias, centros de acolhimento de crianças desfavorecidas e escolas, sem esquecer as crianças que encontram à beira das estradas no caminho para a distribuição dos livros no interior do país.

Até agora já foram percorridos cerca de 25 mil quilómetros, ao longo de 16 das 18 províncias de Angola.

Segundo Rui Ramos, o projeto surgiu com o intuito de promover a leitura e de criar hábitos de leitura entre as crianças angolanas mais desfavorecidas, nomeadamente órfãs de guerra e as abandonadas pelas famílias.

“Através da criação de pequenas bibliotecas, nós conseguimos que essas crianças nas pediatrias manuseassem livros, humanizando assim a sua estada nestas pediatrias”, referiu.

Além das crianças, o projeto tem igualmente preocupação com a componente juvenil e a inauguração hoje da 45ª biblioteca acontece dentro deste âmbito.

“Nós já criámos bibliotecas nas Escolas de Formação de Professores do Futuro, jovens que se comprometem a lecionar no meio rural”, disse Rui Ramos, salientando que foram já criadas quatro bibliotecas com este caráter nas províncias do Cuanza Sul, Huambo, Bengo e Luanda.

Rui Ramos considerou importante a criação de bibliotecas nessas escolas, dada a escassez de livros de apoio pedagógico no meio rural.

“Eles são os professores do futuro, mas não possuem meios de investigação, além dos apontamentos pouco mais têm, então são eles que pedem essa ajuda”, adiantou.

Todos os livros têm sido doações feitas em Angola e Portugal, destacou Rui Ramos, acrescentado que no país europeu existe uma equipa “muito forte a trabalhar”, reunida numa página de uma rede social, onde todos os dias cresce o número de membros.

“Desde 2012 vamos já em 27.200 membros e quase todos os dias se inscrevem pessoas. É uma página muito interativa e que nos une. Sendo cidadão angolano ou não pode contactar-nos através dessa página, que tem feito a união de todo esse esforço”, referiu.

Os apoios em Portugal vêm ainda da TAAG – Linhas Aéreas de Angola, e da construtora portuguesa Soares da Costa, que se encarregam de transportar os livros oferecidos naquele país lusófono.

Em Angola, algumas editoras – Mensagem, Europrice e Clube do Livro – contribuem para o sucesso do projeto, fazendo um desconto de 20 por cento na aquisição de livros.

O projeto não tem apoios institucionais, destacou Rui Ramos.

NME // PJA – Lusa/Fim

Fotos:

– Criancas à entrada para as aulas numa escola da provincia do Huambo

– Uma professora dá aulas com o filho as costas numa escola da provincia do Huambo.

05/03/2007. CIC.PAULO NOVAIS/LUSA.

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