Projetos de cidades de língua portuguesa

O presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e o secretário-geral da UCCLA, que reúne 40 cidades de oito países onde se fala português, assinaram hoje um protocolo, em Lisboa, que visa “aumentar as sinergias de ambas as entidades, nomeadamente nas áreas da cooperação empresarial, avaliação de mercados-alvo e oportunidades de negócio, assim como no apoio à seleção e estruturação de projetos que poderão vir a ser financiados por entidades bilaterais, multilaterais ou outras”.

O objetivo é que as duas instituições possam “identificar em conjunto projetos de desenvolvimento e de infraestruturas nas cidades-membros, mesmo que sejam embrionários, ajudar a torná-los uma realidade e ver onde é possível posicioná-los em termos de financiamento”, disse o presidente da AICEP, Pedro Reis, lembrando que a agência “acompanha de forma permanente as linhas multilaterais e bilaterais a nível mundial”, entre as quais “essa importante iniciativa da China e de Macau, o Fundo de Cooperação para a agenda da lusofonia”.

“Isso é um instrumento absolutamente decisivo para conseguir materializar projetos em países em desenvolvimento, onde muitas vezes o que falta é justamente o financiamento destas instituições internacionais, e inclusivamente das nossas próprias empresas, na área das engenharias, infraestruturas ou transportes”, salientou.

O protocolo prevê, entre outras medidas, que a AICEP realize ações de formação para avaliar oportunidades de exportação e/ou internacionalização, a participação da UCCLA em feiras internacionais organizadas pela agência ou a organização conjunta de iniciativas políticas ou empresariais.

A AICEP deve ainda fornecer uma base de dados de pequenas e médias empresas que estejam interessadas ou que já trabalhem nas cidades que integram a UCCLA: “Temos uma base de dados de 10 mil empresas exportadoras”, exemplificou Pedro Reis.

Por seu lado, Vítor Ramalho explicou que a UCCLA tem “uma relação de grande proximidade com as cidades”, que elencam as “prioridades a desenvolver, quer do ponto de vista do município, quer das carências empresariais”.

“A ação que nós desenvolvemos é ligada às prioridades que as próprias cidades têm e as candidaturas que fazemos [para obter financiamento] são, regra geral, dirigidas à União Europeia”, realizando atividades que vão desde a prevenção de matérias respeitantes à saúde até às infraestruturas, disse.

O secretário-geral da UCCLA destacou um exemplo dessa política de proximidade, relatando que só foi possível realizar uma ação de formação na Guiné-Bissau, onde existe um Governo de transição não reconhecido por Portugal nem pela União Europeia, “graças à política de relação direta com os presidentes de câmara e mercê desta habilidade da UCCLA”.

JH // VM – Lusa/Fim

Foto LUSA (Arquivo. 1997): O Secretario Adjunto do Governo de Macau, Jorge Rangel discursa na abertura da 13ª Assembleia , na presença de João Soares e Sales Marques , Presidente do Leal Senado. 24/02/1997

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