Professores de português no estrangeiro ganham portal na internet

O portal do professor de português como língua estrangeira será lançado durante a 2ª Conferência sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, que decorre a partir de hoje em Lisboa.

A plataforma arranca hoje com 150 unidades didáticas de quatro países – Angola, Brasil, Moçambique e Portugal – de um total de 730 previstas, afirmou à Lusa Gilvan Muller de Oliveira, diretor executivo do IILP.

“Pela primeira vez, estes países consensualizaram uma metodologia para o ensino de português como língua estrangeira e temos lá um repositório de materiais a que professores de todo o Mundo podem aceder gratuitamente”, descreveu o responsável.

O portal permite, por exemplo, que um professor possa “ensinar português a partir da bandeira de Moçambique” ou “circular pelo espaço da lusofonia e trabalhar com lições de Portugal, Angola, Moçambique”, o que “enriquecerá a perspetiva do aluno, que terá consciência de que o português é uma língua internacional, de oito países, que tem presença em quatro continentes”, referiu o diretor executivo do IILP.

A criação da plataforma foi uma incumbência atribuída ao IILP no âmbito do Plano de Ação para a Promoção, Difusão e Projeção da Língua Portuguesa, aprovado em 2010 na reunião do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Brasília, na 1ª Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Global.

O objetivo é concluir o portal – com as 730 unidades previstas – até à próxima cimeira da CPLP, cuja presidência passará a ser assegurada por Timor-Leste, em 2014, altura em que haverá também uma nova liderança do IILP.

Além disso, acrescentou Gilvan Muller de Oliveira, o portal será dinâmico, funcionando à semelhança do portal Wikipedia.

“Os professores de português podem ‘postar’, carregar ou contribuir com as suas unidades, exercícios ou tarefas. O portal ganha uma vida própria à medida que vai sendo usado, criando-se uma grande rede de professores de português como língua estrangeira, que era o espírito do plano de ação de Brasília”, explicou o diretor do IILP.

Outro projeto que será apresentado na conferência de Lisboa é a versão preliminar do vocabulário ortográfico comum, instrumento previsto no âmbito do acordo ortográfico.

“É uma grande plataforma de internet, com dados do léxico da língua, onde se aplicam as bases e as regras do acordo ortográfico, e integra já o vocabulário de Portugal, Brasil e Moçambique”, disse Muller de Oliveira.

Por outro lado, iniciou-se a produção dos vocabulários ortográficos nacionais dos países que ainda não os tinham.

“Estamos a trabalhar na elaboração do vocabulário ortográfico nacional com recursos angolanos. É a primeira vez que um recurso central da língua portuguesa, previsto no acordo, que tem estatuto de tratado internacional, é financiado por um país africano de língua portuguesa”, disse o responsável, acrescentando que a preparação do vocabulário ortográfico nacional de Cabo Verde também está a decorrer “a um bom ritmo”.

O objetivo é concluir o vocabulário ortográfico comum até à cimeira de Díli, prevista para julho de 2014.

JH // VM – Lusa/Fim

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