O primeiro número do jornal saiu em janeiro de 1813, cinco anos depois de a corte portuguesa liderada por Maria I e o seu filho, príncipe João de Bragança, chegarem ao Brasil. A publicação oficial era impressa pela Imprensa Régia, em máquinas rudimentares.
“De seus prelos saiu o primeiro jornal brasileiro a publicar, ao mesmo tempo, artigos literários, científicos, políticos e mercantis”, afirma a Imprensa Nacional brasileira numa nota.
O periódico, que teve 18 números publicados até dezembro de 1814, ano em que fechou, ficou conhecido pelas representações pioneiras através de ilustrações, gravuras, tabelas e quadros, e pela abordagem analítica de temas como botânica, zoologia, filosofia, cartografia, viagens, matemática, história, navegação, hidráulica, química e literatura.
Todas as edições de “O Patriota” estão digitalizadas pela Biblioteca Nacional brasileira, situada no Rio de Janeiro.
A publicação, que começou com periodicidade mensal e depois passou a bimensal, tinha entre 110 e 130 páginas por edição, todas financiadas por seus pouco mais de 160 assinantes.
O jornal foi influenciado pelo Iluminismo europeu do século XVIII e pelo liberalismo que emergiu após a Revolução Francesa, e serviu para difundir as “luzes” pelo império português na América.
Segundo a Imprensa Nacional, a conjuntura política e os ideais europeus atravessaram o oceano Atlântico com os intelectuais portugueses, muitos dos quais ligados a Rodrigo de Sousa Coutinho, o conde de Linhares.
Considerado seguidor e afilhado de Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal, Sousa Coutinho foi secretário dos Negócios Estrangeiros e da Guerra de Portugal por duas vezes, e apoiava a transferência da Corte para a colónia. ~
Redator do decreto de criação da Impressão Régia, morreu um ano antes de o primeiro volume de “O Patriota” ser publicado.
Entre os principais nomes que trabalharam em “O Patriota” está um dos primeiros jornalistas profissionais na colónia e editor da publicação, Manuel Ferreira de Araújo, o filósofo Silvestre Pinheiro Ferreira, e José Bonifácio de Andrada e Silva, que seria tutor dos filhos de D. Pedro I e patriarca da independência do Brasil.
Também colaborava com a publicação o conde da Barca, António Araújo de Azevedo, responsável pela chegada ao Brasil da primeira tipografia, e outros nomes que ficariam conhecidos uma década depois por terem influenciado a independência do Brasil, como Domingos Borges de Barros, José da Silva Lisboa e José Saturnino da Costa Pereira.
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NA foto: O semanário Terra Nostra, publicado em Ponta Delgada, nos Açores, entrou para o Livro de Recordes do Guinness com uma edição de 25, 35 por 18, 27 milímetros, que passa a ser o jornal mais pequeno do mundo. A edição, com a manchete “Um abraço ao mundo”, tem 32 páginas, mas só se pode ler com recurso a uma pequena lupa que aumente entre seis a oito vezes. Além da candidatura ao recorde de jornal mais pequeno do mundo, esta edição especial envolve também uma causa social, já que as receitas resultantes da sua venda foram oferecidas à delegação de S. Miguel da Associação Portuguesa de Deficientes, Ponta Delgada 16 de Fevereiro de 2012. EDUARDO COSTA / LUSA