Presidente timorense inaugura novo Aeroporto Internacional de Oecusse

Pante Macassar, Timor-Leste, 18 jun (Lusa) – O Presidente timorense, Francisco Guterres Lu-Olo, inaugura hoje o novo Aeroporto Internacional Rota do Sândalo, na cidade de Pante Macassar, no enclave de Oecusse, uma obra que custou quase 120 milhões de dólares (107 milhões de euros).

A nova infraestrutura, a mais moderna do país, é a ‘jóia’ do projeto da Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA) e da Zona Especial de Economia Social de Mercado (ZEESM), projeto que assinala hoje o seu quinto aniversário.

O presidente do Parlamento, Arão Noé Amaral, membros do Governo, deputados e outros dirigentes nacionais, incluindo o ex-Presidente, José Ramos-Horta, participam no evento, cujo anfitrião é o presidente da autoridade, Mari Alkatiri.

O aeroporto tem uma pista de 2.200 metros de comprimento e de 45 metros de largura, com um ‘stopway’ pavimentado de 60 metros a cada extremidade e uma zona de segurança adicional (RESA) de 90 metros, além de uma faixa de 300 metros de largura de área de proteção, informou à Lusa a RAEOA.

Com uma área de 8.500 metros quadrados e uma capacidade anual para acolher até um milhão de passageiros o aeroporto foi construído pela empresa indonésia Wijaya Karya Tbk (Wika) com base num projeto do atelier português Allby Arch.

Rui Pedro Mota, responsável da Allby Arch, refere que o espaço “será uma das principais portas de entrada e saída do país” e que o atelier procurou transmitir no projeto “as aspirações de uma nação jovem que tem uma tradição orgulhosa e que acredita firmemente no futuro”.

O desenho do projeto “valoriza a riqueza da flora natural, os temas arquitetónicos locais, o clima tropical, a luz natural e a presença do mar, que oferecem uma experiência única ao passageiro”, refere o atelier numa nota enviada à Lusa.

“A natureza também inspirou a abordagem sustentável do projeto, que tem serviços de operações altamente eficientes e de grande versatilidade espacial”, sublinha.

O terminal de passageiros funcionará em dois pisos, com base numa estrutura modular que permitirá futuras expansões.

A infraestrutura tem capacidade para acolher aeronaves da categoria 4C – B737-800 ou A320-200 equivalente – inclui um terminal com capacidade para 250 mil passageiros anuais e 500 passageiros a chegar e a partir em simultâneo.

O terminal tem 12 balcões de check-in e salas de embarque separadas para voos domésticos e internacionais, mas que podem ser reconfiguradas dinamicamente para acomodar diferentes necessidades.

A unidade conta com sistemas modernos de comunicações, de salvamento e de informação meteorológica automatizada.

Há ainda um terminal de carga e um edifício para os Serviços de Quarentena e um edifício para albergar e manter todos os equipamentos de apoio de placa que fazem parte do pacote de construção e que permitem a assistência às aeronaves.

O aeroporto dispõe ainda de um parque de combustíveis de aviação que pode ser expandido ao longo do tempo e onde se podem armazenar 80.000 litros de Jet Fuel e 3.000 litros de AVGAS 100LL para aeronaves ligeiras de pistões.

A obra foi entregue, provisoriamente, à RAEOA no dia 06 de dezembro tendo decorrido em maio último os últimos voos de calibração e comissionamento das ajudas rádio e ajudas visuais do Aeroporto.

A calibração foi feita pela aeronave B200GT King Air da companhia Balai Besar Kalibrasi, que pertence à Direção Geral da Aviação Civil da República Indonésia.

A calibração e comissionamento da ajuda rádio DVOR-DME permite que fique oficialmente disponível enquanto equipamento de navegação para qualquer voo de e para Oé-Cusse bem como para todas as aeronaves que sobrevoem esta região, fornecendo indicações precisas de posição e distância.

A obra arrancou em março de 2015 e foi adjudicada à empresa indonésia PT Wijaya Karya com um valor inicial de 79,8 milhões de dólares, revisto em junho de 2016 para 119,9 milhões de dólares, o seu valor final.

Esse aumento de preço surgiu depois de uma revisão ao projeto inicial realizado pela empresa ISQ que obrigou a “alterações profundas” no projeto que se não tivessem sido feitas, como foi anunciado na altura pelos responsáveis timorenses, teria inflacionado a obra para um custo de entre 140 e 160 milhões.

O novo aeroporto amplia significativamente as condições do acesso ao enclave que até 2015 era praticamente apenas por estrada e mar e que, desde aí, permitiu viagens áreas, ainda que com uma pista provisória, agora substituída pela nova pista.

Antes das mudanças implementadas pela RAEOA, aterrar em Oecusse obrigava, muitas vezes, a afastar vacas e porcos que pastavam nas ervas altas próximo de uma curta pista de terra batida.

ASP//MIM

Lusa/Fim

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