Prémios Sophia do cinema português

Lisboa, 14 maio (Lusa) – O filme “Capitão Falcão”, uma sátira de João Leitão ao Estado Novo, ao fascismo e ao ditador Oliveira Salazar, conquistou esta noite seis prémios Sophia do cinema português, ultrapassando “Amor impossível”, de António-Pedro Vasconcelos, que ficou com quatro.

António-Pedro Vasconcelos, que somava 17 nomeações, dominou as chamadas categorias principais, com os prémios Sophia de Melhor Filme, Melhor Ator (José Mata) e Atriz (Vitória Guerra), assim como de Melhor Som, enquanto “Capitão Falcão”, que somava dez nomeações, conquistou os Sophia de Melhor Ator Secundário (José Pinto), Melhor Música (Pedro Marques), Melhor Argumento Original (João Leitão e Nuria Leon Bernardo), Melhor Caracterização, Direção Artística e Guarda Roupa.

Na contabilidade dos prémios da Academia Portuguesa de Cinema, entregues esta noite no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, segue-se o derradeiro filme de Paulo Rocha, com dois Sophia: Melhor Atriz Secundária (Carla Chambel) e Melhor Fotografia, entregue ao veterano Acácio de Almeida, que dedicou o prémio ao realizador, morto em dezembro de 2012.

Margarida Cardoso conquistou o prémio Sophia de Melhor Realização, com “Yvonne Kane”, uma obra que revisita a memória colonial, da guerra e dos conflitos que se sucederam às independências, através do reencontro de mãe e filha, num país africano imaginário.

Nas nomeações para Melhor Filme e Melhor Realizador, encontrava-se “As Mil e Uma Noites – Volume 2, O Desolado”, da trilogia de Miguel Gomes, que não recebeu prémio algum.

O prémio de Melhor Documentário de Longa-Metragem foi para “Pára-me de Repente o Pensamento”, de Jorge Pelicano, rodado no Centro Hospitalar de Conde Ferreira, no Porto, com os seus doentes e o ator Miguel Borges. O filme toma para título um verso de Ângelo de Lima, internado naquele hospital psiquiátrico, no final do século XIX.

O Prémio Carreira foi entregue ao diretor de fotografia Fernando Costa e à atriz Carmen Dolores, para quem todo o auditório do CCB se levantou em aplauso.

A atriz recordou António Lopes Ribeiro, que a dirigiu em “A vizinha do lado” (1945), António de Macedo, em “O princípio da sabedoria” (1975), e José Fonseca e Costa, que morreu em novembro do ano passado, com quem fez “Balada da praia dos cães” (1987) e “A mulher do próximo” (1988), e de quem lembrou “o entusiasmo, o nervosismo e o seu delicioso mau humor”.

A Academia Portuguesa de Cinema recordou igualmente os profissionais que morreram no último ano, como Fonseca e Costa, a realizadora Noémia Delgado, os atores Nicolau Breyner, Francisco Nicholson, António Filipe, Nuno Melo, Maria Barroso, Luís Pavão, Joaquim Rosa, José Boavida, Fernanda Peres, Jorge Sequerra e Leandro Vale, o diretor de fotografia Vasco Antunes e o fotógrafo Pedro Cláudio.

Os Prémios Sophia, que distinguem os profissionais do cinema português pelos seus próprios pares, foram lançados em 2012, um ano depois da criação da Academia Portuguesa de Cinema. Nesse ano, foram apenas atribuídos os Prémios de Carreira, à atriz Isabel Ruth e aos realizadores António de Macedo e António da Cunha Telles, profissionais que António-Pedro Vasconcelos recordou, no fecho da cerimónia.

MAG // MP – Lusa/fim
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