Prémio Pessoa: Frederico Lourenço ofereceu os grandes clássicos à língua portuguesa

Sintra, 09 dez (Lusa) – O júri do Prémio Pessoa 2016 sublinhou hoje, em Sintra, que a atividade do escritor e filólogo Frederico Lourenço tem como “traço singular” ter oferecido “à língua portuguesa as grandes obras de literatura clássica”.

Na conferência de imprensa do anúncio do galardoado desta 30.ª edição, no Palácio de Seteais, em Sintra, o presidente do júri, Francisco Pinto Balsemão, expôs as razões que levaram à escolha do académico de 53 anos, cuja obra também está ligada à música, à poesia e ao teatro.

O galardoado “constitui um exemplo de disciplina, capacidade de trabalho e lucidez intelectual no elevado plano dos estudos clássicos e humanísticos, parte fundamental da vida cultural e científica dos países desenvolvidos”, salientou o presidente do júri, sobre a escolha.

Nos últimos vinte anos, Frederico Lourenço traduziu a “Ilíada” e a “Odisseia”, de Homero, bem como duas tragédias de Eurípedes, “Hipólito” e “Íon”.

“O desejo de disseminar a grande cultura clássica junto do público manifestou-se também na adaptação para jovens das referidas obras de Homero”, acrescentou Francisco Pinto Balsemão.

O presidente do júri sublinhou ainda o “trabalho metódico, revelador de uma ambição servida por rara erudição”, e o “rigor” da atividade do académico.

Na declaração, o júri recordou ainda a publicação, por Frederico Lourenço, em 2016, do primeiro volume – do total de seis – “do seu mais recente e ambicioso projeto, que se estenderá até 2020: a tradução integral da Bíblia para português a partir das fontes gregas, respeitando elevados critérios de integração contextual, histórica e linguística, deste livro maior de ressonância universal, em toda a história humana”.

Nascido em Lisboa, em 1963, Frederico Lourenço é licenciado e fez doutoramento em Línguas e Literaturas Clássicas na Universidade de Lisboa, tendo lecionado também nessa Universidade, entre 1988 e 2009, antes de assumir o lugar de professor associado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

No final da conferência de imprensa, o presidente do júri prestou ainda homenagem a dois dos seus membros, recentemente falecidos, Miguel Veiga e João Lobo Antunes.

“Além do sulco duradouro que ambos deixaram na sociedade portuguesa contemporânea, não queremos deixar de assinalar o sentimento de perda e a saudade que a ausência da sua inteligência, humor, e brilho pessoal em todos nós profundamente provocaram”, escreveu ainda o júri na ata do Prémio Pessoa 2016.

O júri do Prémio Pessoa 2016 foi constituído por Francisco Pinto Balsemão (presidente), António Domingues (vice-presidente), António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Maria de Sousa, Mário Soares, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques.

AG // MAG – Lusa/Fim
Foto: Expresso
O Presidente do júri do Prémio Pessoa, Francisco Pinto Balsemão (D), ladeado pelo Presidente da Caixa Geral de Depósitos, António Domingues (E), durante a cerimónia do anúncio do Prémio Pessoa 2016 atribuído ao historiador Frederico Lourenço, 9 de dezembro de 2016 em Sintra. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA
O Presidente do júri do Prémio Pessoa, Francisco Pinto Balsemão (D), ladeado pelo Presidente da Caixa Geral de Depósitos, António Domingues (E), durante a cerimónia do anúncio do Prémio Pessoa 2016 atribuído ao historiador Frederico Lourenço, 9 de dezembro de 2016 em Sintra. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA
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