Prémio de Tradução Científica e Técnica em Língua Portuguesa 2015.

A tradução da obra de Francisco de Melo, um matemático famoso do século XVI,  feita pelos historiadores de ciência Bernardo Mota, do Centro de Estudos Clássicos,  e Henrique Leitão, do Centro de História das Ciências, ambos da Universidade de Lisboa,  ganhou o Prémio de Tradução Científica e Técnica em Língua Portuguesa, no valor de 5000 euros, soube-se agora.

O prémio, criado em 2013 pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), quer “promover a língua portuguesa como suporte de comunicação científica e técnica, distinguindo traduções de qualidade que tenham contribuído para o enriquecimento e rigor da terminologia científica e técnica”, lê-se no edital, no site da FCT.

Os dois investigadores publicaram em 2015 a tradução de Obras Matemáticas, de Francisco de Melo, do latim, pela Biblioteca Nacional de Portugal – Centro de Estudos Clássicos.

Esta obra foi oferecida inicialmente em 1521, num códice, ao rei D. Manuel I. A obra tem quatro textos: um sobre o olho e as propriedades da visão; outro sobre a óptica de Euclides; um terceiro que é um comentário à catóptrica de Euclides (a ciência que estuda a reflexão dos raios luminosos em espelhos); e o último sobre hidrostática atribuído a Arquimedes.

“Francisco de Melo é muito rigoroso. Em alguns momentos, os textos originais não eram rigorosos e ele melhorou algumas das demonstrações matemáticas”, referiu Henrique Leitão, prémio Pessoa 2014, ao PÚBLICO, em Março deste ano. Os textos da Idade Média sobre o mesmo assunto de hidrostática eram confusos. “O primeiro texto claro é de Francisco de Melo”, exemplifica.

O segundo prémio, no valor de 2500 euros, foi para Telo Ferreira Canhão, investigador do Centro de História da Universidade de Lisboa, pela tradução de textos do Egipto Antigo. O livro chama-se Textos de Literatura Egípcia do Império Médio. Textos Hieroglíficos, Transliterações e Traduções Comentadas e foi publicado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Notícia corrigida às 12h20 de 16 de Dezembro de 2015: o investigador Bernardo Mota pertence ao Centro de Estudos Clássicos e não Centro de História das Ciências, como antes tinha sido referido.

Fonte: Público
Henrique Leitão (à esquerda) e Bernardo Mota NUNO FERREIRA SANTOS
Henrique Leitão (à esquerda) e Bernardo Mota NUNO FERREIRA SANTOS
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