O escritor e jornalista moçambicano Luís Carlos Patraquim afirmou hoje à agência Lusa que a atribuição do Prémio Camões 2013 a Mia Couto “é boa para as letras moçambicanas e prestigia as literaturas africanas”.
O júri da 25.ª edição do Prémio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa, decidiu na segunda-feira, por unanimidade, atribuir o galardão ao escritor moçambicano Mia Couto.
Contactado pela agência Lusa, Luís Carlos Patraquim felicitou Mia Couto e comentou: “É um autor muito lido e muito amado. Era uma decisão há muito esperada, pela qualidade e consolidação da obra. Desta vez obteve a unanimidade do júri”.
Para o escritor moçambicano, esta escolha “é boa para as literaturas africanas, porque ainda não têm o peso e a variedade da literatura de Portugal e do Brasil”.
O júri foi constituído por Clara Crabbé Rocha, catedrática da Universidade Nova de Lisboa, e José Carlos Vasconcelos, ambos de Portugal, o escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho, o escritor angolano José Eduardo Agualusa, Alcir Pécora, crítico e professor da Universidade de Campinas, e o diplomata Alberto da Costa e Silva, membro da Academia Brasileira de Letras, ambos pelo Brasil.
“Considero que Mia Couto é sobretudo um grande contista”, considerou, destacando entre a vasta obra, o livro “A Varanda do Frangipani” (1996).
Luís Carlos Patraquim destacou ainda o contributo do escritor para a língua portuguesa “na forma como a tem recriado, levando a cabo toda uma estratégia de recriação identitária”.
O Prémio Camões foi criado por Portugal e pelo Brasil e foi atribuído pela primeira vez em 1989, ao escritor Miguel Torga.
Mia Couto é o segundo escritor moçambicano distinguido com o Prémio Camões, depois de José Craveirinha, em 1991.
AG (NL) // ARA – Lusa/Fim
Foto: Luís Carlos Patraquim