De acordo com uma nota de imprensa da Secretaria de Estado da Cultura (SEC) hoje divulgada, a cerimónia vai decorrer a partir das 17:00 (19:00 em Lisboa) com a presença da ministra da Cultura do Brasil, Marta Suplicy, e do secretário de Estado da Cultura de Portugal, Jorge Barreto Xavier.
Instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988, o Prémio Camões foi criado para distinguir anualmente um autor cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento da língua portuguesa.
A cerimónia de entrega do Prémio Camões 2014 irá decorrer no Auditório Machado de Assis da Fundação Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.
De acordo com a nota da SEC, o secretário de Estado da Cultura irá permanecer no Rio de Janeiro até sexta-feira para participar em várias reuniões de cooperação entre os dois países nas áreas do cinema, audiovisual, livro e arquivos.
Nestas reuniões também estarão presentes a presidente do Instituto de Cinema e Audiovisual, Filomena Serras Pereira e o Diretor-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, José Manuel Cortês.
Na agenda do secretário de Estado estão previstas ainda visitas a espaços culturais no Rio de Janeiro para a criação do Centro Cultural de Portugal no Brasil e um encontro com a Fundação Luso-Brasileira tendo em vista a representação portuguesa nas comemorações dos 450 anos do Rio de Janeiro.
Em maio, o júri do Prémio Camões anunciou, em Lisboa, a atribuição, por unanimidade, da edição deste ano ao poeta, ensaísta e historiador brasileiro, justificando a escolha com a “elevada qualidade em todos os géneros” literários, aos quais Costa e Silva se dedicou, e salientou também a sua “escrita refinada”, que construiu “pontes entre os povos”.
Alberto Costa e Silva nasceu em São Paulo, em 1931. Membro da Academia Brasileira de Letras, que presidiu entre 2002 e 2003, é correspondente da Academia de Ciências de Lisboa e o décimo primeiro escritor brasileiro a ser distinguido com o Prémio Camões.
Diplomata, foi embaixador do Brasil, na capital portuguesa, de 1989 a 1992, seguindo então para Bogotá, na Colômbia, depois de ter ocupado cargos de representação em diferentes capitais, como Caracas, Roma ou Washington.
“Um rio chamado Atlântico”, “Perfis Brasileiros”, “Livro de linhagem”, “Linhas da mão” e, para os mais novos, “Um passeio pela África” e “A África explicada aos meus filhos”, contam-se entre as suas obras.
Em 2012, o Prémio Camões distinguiu o escritor brasileiro Dalton Trevisan e, em 2011, o escritor e jornalista português Manuel António Pina.
Ferreira Gullar (2010), Arménio Vieira (2009), António Lobo Antunes (2007), Sophia de Mello Breyner Andresen (1999), Pepetela (1997), José Saramago (1995) e Jorge Amado (1994) também foram distinguidos com o Prémio Camões que, na primeira edição, reconheceu a obra de Miguel Torga.
Em 2006, o escritor angolano José Luandino Vieira recusou o prémio.
AG (NL) // CC – Lusa/Fim
Foto: Alberto da Costa e Silva, quando embaixador do Brasil em Portuga, Lisboa, 16 de janeiro de 1989. António Cotrim / Lusa