“O crescimento do interesse pelo português fora da Europa está em alta, nomeadamente na África Austral, na América do Sul e na China”, precisou Ana Paula Laborinho.
“Infelizmente, a Europa é a região que não compreende que o português é uma língua global, em grande afirmação, o que para a Europa é também uma mais-valia. Muitas vezes, quando são elencadas as grandes línguas europeias, constatamos que o português não está incluido”, acrescentou.
Ana Paula Laborinho falava na Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim (Beiwai), onde participou numa conferência sobre multilinguismo organizada com o patrocinio da Uniao Europeia.
A Beiwai foi a primeira universidade da República Popular da China a criar uma licenciatura em português, em 1961, e até ao final da decada 1990, em todo o continente chinês, só havia outro curso idêntico, em Xangai.
Hoje, há mais de quinze, em cerca de uma dezena de cidades, e que no conjunto têm mais de mil alunos.
Duas professoras portuguesas enviadas pelo Instituto Camões ensinam atualmente na China e em Fevereiro chegará mais uma.
“Queremos alargar esta presença. Há um interesse cada vez maior por parte das universidades chinesas”, disse Ana Paula Laborinho.
A responsável salientou, no entanto, que a promoção do português “é um trabalho que Portugal não faz sozinho” e que o Instituto Camões “deve ser cada vez mais um facilitador de intercâmbios” entre universidades e outras institutições”, para “aproximar, dinamizar e desenvolver parcerias”.
De acordo com os registos do Instituto Camões, há 160.000 pessoas fora dos países lusófonos que estão aprender português, mas – adiantou Ana Paula Laborinho – “o número real será talvez o dobro”.
“Na África do Sul e na Namíbia, o português já foi introduzido no ensino secundário como língua opcional e há outros países da África Austral que querem fazer o mesmo”, exemplicou.
O português é também a lingua oficial de oito países, de quatro continentes (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Mocambique, Portugal, S.Tome e Principe e Timor-Leste), que no conjunto têm cerca de 250 milhões de habitantes.
AC // FV.
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Fotos: LUSA
- Ana Paula Laborinho, 11 de janeiro de 2010. MANUEL DE ALMEIDA/LUSA
- EPA / NASA / Ames / JPL-Caltech / Comunicado EDITORIAL USE ONLY, 05/12/2011