Praia, 11 mai (Lusa) – A presidente do instituto Camões, Ana Paula Laborinho, considera que há vontade que o português seja a língua de conhecimento em Cabo Verde e sublinhou a necessidade de aprofundar a investigação e a formação de professores no país.
“Foi-nos transmitida uma vontade muito clara de que o Português seja a língua de conhecimento. É de facto a língua de escolarização. Há questões particulares, na medida em que há outra língua oficial e é preciso fazer a combinação com essa língua oficial (crioulo)”, disse Ana Paula Laborinho.
A presidente do Camões- Instituto da Cooperação e da Língua, que hoje termina uma visita de três dias a Cabo Verde, sublinhou as “especificidades” do ensino da língua portuguesa em Cabo Verde e a importância de aprofundar o seu estudo.
“É preciso investigar, é preciso produzir materiais, é preciso formar professores”, disse, considerando que, neste “contexto plurilingue”, a cátedra Eugénio Tavares, criada em parceria pelo instituto Camões e pela Universidade de Cabo Verde, é um instrumento fundamental.
“Uma cátedra onde se possa investigar sobre as questões do ensino da língua, em contexto cabo-verdiano, é da maior relevância e é uma questão de futuro”, disse.
As instalações da cátedra na Casa da Música, no centro histórico da cidade da Praia, foram inauguradas durante a visita de Ana Paula Laborinho a Cabo Verde.
Criada em 2014 e a funcionar desde 2015, a cátedra Eugénio Tavares terá um apoio financeiro do instituto Camões de 10 mil euros e contará com um leitor de português em permanência.
A cátedra surgiu da necessidade de refletir sobre os estudos em língua portuguesa e definiu como principais linhas de investigação a descrição do português em Cabo Verde, o ensino como língua segunda, a literatura em língua portuguesa e os espaços físicos e sociais de leitura em Cabo Verde e a língua portuguesa na comunicação social, empresarial e institucional.
Ana Paula Laborinho está em Cabo Verde em representação de Portugal para participar na reunião do Conselho Científico do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), que hoje termina na Praia.
A responsável do instituto Camões sublinhou a importância da reunião numa altura em que está em preparação a conferência sobre o português no sistema mundial a realizar em Díli, Timor-Leste.
“Das primeiras duas conferências saíram planos de ação que são políticas de língua da CPLP e que servem para projeção internacional da língua em diversos domínios. Por isso, temos também uma grande expectativa em relação à terceira conferência”, considerou.
Ana Paula Laborinho disse ainda que, durante a permanência em Cabo Verde, manteve contactos com o homólogo responsável pela cooperação cabo-verdiana e com algumas autoridades do país.
“Há um interesse conjunto no sentido de fazer avançar a nossa cooperação. O resultado é, ao nível técnico, de reforço da cooperação”, disse.
CFF // VM – Lusa/Fim

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