ADRIANO MOREIRA
A língua portuguesa é uma das mais faladas no mundo e “identifica comunidades em todas as latitudes”, pelo que deve ser adoptada como idioma oficial nas grandes organizações internacionais, defende o presidente da Academia das Ciências de Lisboa.
Em declarações à agência Lusa, Adriano Moreira explicou que foi por essa razão que, na reunião anual da Academia de Letras do Brasil e da Academia das Ciências de Lisboa, que decorreu na quarta feira na capital portuguesa, foi aprovado “um voto no sentido de a língua portuguesa ser adotada como língua oficial nas grandes organizações internacionais”.
De acordo com o presidente da Academia das Ciências de Lisboa, isto “não se deve apenas ao facto de o Português ser uma das línguas mais faladas no mundo, mas também por ser um laço cultural de povos de todas as latitudes, que transporta valores do património imaterial da humanidade”.
“É um elemento de solidariedade fundamental, e isto é o grande argumento” para a sua adoção em organismos internacionais, como as Nações Unidas, defendeu o professor, salientando que esta é “uma luta” em que o Brasil e Portugal “estão muito empenhados”.
Adriano Moreira congratulou-se com os esforços que têm vindo a ser desenvolvidos nesse sentido pelos dois países, destacando, em especial, o empenho do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado.
O chefe da diplomacia portuguesa “tem tido uma atitude inteiramente consistente nesta área, designadamente para dar corpo e consistência à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)”.
No encontro, que este ano esteve subordinado ao tema “O novo pluralismo e a atualidade de Gilberto Freyre”, foram discutidas “muitas questões de implantação e defesa da língua portuguesa, que são diferentes consoante os lugares”, adiantou Adriano Moreira.
“Agora temos o acordo ortográfico que é importante, mas o problema mais importante é a expansão e a implementação da língua, pelo que foram discutidas muitas questões nesse sentido. Não é a mesma coisa ajudar a implantar a língua e defende-la em Timor ou no Brasil, são problemas diferentes”, precisou.
Fonte: Destak