O anúncio foi feito por Francisco Almeida Leite, vogal do Conselho Diretivo do Camões, no final de uma visita ao Caxito, província do Bengo, onde se encontra localizado o Centro de Investigação em Saúde em Angola (CISA), uma parceria entre os dois países na área da saúde.
Os 30 professores fazem parte de um grupo de cerca de 200 professores portugueses inicialmente previstos no âmbito do projeto Saber Mais, uma parceria bilateral técnico-financeira, que visa fortalecer o Ensino Secundário em Angola através do reforço formativo nas Escolas de Formação de Professores.
O Saber Mais está em curso nas províncias de Benguela, Namibe e Cabinda e abrangeu já cerca de 2.000 futuros professores, assumindo a formação contínua de cerca de 500 agentes educativos.
Francisco de Almeida Leite salientou que existem pedidos para o envio de professores portugueses para outras províncias angolanas.
“As autoridades angolanas têm que ajudar as autoridades portuguesas a garantir alojamento, segurança nos projetos e o cofinanciamento”, referiu aquele responsável, acrescentando: “em tempos de grandes constrangimentos orçamentais, Portugal vai manter a verba de 1, 1 milhões de euros para ajudar a reforma do sistema educativo angolano”.
Na visita ao Caxito, a delegação do CICL foi acompanhada por Isabel Mota, administradora da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), instituição que cofinancia o CISA, outra parceria luso-angolana em que intervêm ainda o Ministério da Saúde de Angola e o Governo Provincial do Bengo.
No CISA, um projeto virado para a área formativa, investigação clínica e assistência médica, Portugal vai manter o apoio que já lhe atribui, no valor de 500 mil euros.
Francisco de Almeida Leite congratulou-se com o facto de ambas as partes estarem disponíveis a financiar o projeto, que agora passou a ser um instituto público angolano.
“Angola prometeu continuar a ajudar o projeto CISA que era a parte mais importante que tínhamos para resolver aqui”, frisou.
Isabel Mota disse à imprensa que a FCG vai em breve lançar um programa de doutoramento na área da Saúde, que será cofinanciado por Angola.
A delegação do CICL, que regressa sábado a Lisboa, manteve encontros com vários responsáveis governamentais angolanos, para ultimar as negociações do Programa Indicativo de Cooperação, válido para o quadriénio 2011/2014, substituindo o que caducou em 2010.
Entre os governantes angolanos com quem reuniu, Francisco Almeida Leite citou o encontro de trabalho com o responsável da pasta do Interior, Ângelo Veiga, em que manifestou a disponibilidade de Portugal em continuar a apoiar Angola na reforma das forças de segurança.
“A ajuda que Portugal vai dar é voltada para a área da cooperação técnico-policial”, disse, salientando que o ministro angolano manifestou a intenção de transformar o Instituto de Polícia de Angola num instituto superior, intenção que Portugal está disponível para ajudar.
Relativamente ao PIC que está a ser negociado, e que ainda não tem data para assinatura, Francisco Almeida Leite disse que o valor total deverá situar-se nos 33 milhões de euros.
NME/EL // PJA
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Foto: Uma professora da aulas com o filho as costas numa das escola construidas, na provincia do Huambo pela organizacao nao governamental portuguesa CIC. PAULO NOVAIS/LUSA