“Precisamos, fundamentalmente, de acordos e uma estrutura jurídica que permita uma circulação de bens e pessoas mais flexível, frequente e fluida daquela que atualmente existe”, disse Rui Machete à agência Lusa no final de um almoço de trabalho com os países membros da CPLP, dominado pelo tema da Guiné Bissau, em Nova Iorque, à margem da cimeira da ONU.
O chefe da diplomacia portuguesa defendeu “uma necessidade de pensar a reorganização da CPLP, dando o devido relevo aos aspetos relacionados com a importância da cooperação económica, sem prejuízo das atuais prioridades, como a defesa da língua e da culturas lusófonas.”
Machete disse que esta mudança “resulta da evolução da própria organização e, em particular, da existência de países como observadores associados da organização.”
Na X cimeira da CPLP, que aconteceu em julho em Dili, a Geórgia, a Turquia, a Namíbia e o Japão foram aceites como observadores associados da organização.
“A razão pela qual há desejo destes países serem observadores, resulta das atividades económicas – não só energéticas, como produção de petróleo e de gás – em que eles querem participar”, disse Machete, acrescentando que “é preciso criar condições para que isso se possa efetivar.”
Machete considerou que “ainda é cedo” para perceber como estes objetivos serão alcançados, mas que “há projetos e ideias entre os membros, Portugal tem os seus, e começarão naturalmente a ser discutidos.”
“[Esta mudança] pode trazer benefícios económicos para Portugal e todos os membros em geral, se serão grandes ou pequenos dependerá muito da habilidade que as pessoas tiverem para criar as instituições capazes e da vontade política de aproveitar essas instituições”, concluiu o ministro.
AYS // JPS – Lusa/Fim
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