Portugal e Comunidade Ismaelita apoiam investigação para África lusófona

Lisboa, 12 mai (Lusa) – O Ministério da Ciência clarificou hoje que Portugal e a comunidade muçulmana Ismaelita, através da Rede Agan Khan, vão financiar projetos científicos, para a África lusófona, com a duração de dois a cinco anos.

A clarificação surge depois de o ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor, ter indicado à Lusa, em resposta a uma questão sobre o número de projetos a apoiar, que as duas partes iriam financiar anualmente dois a cinco projetos científicos, no valor de 100 mil euros a dois milhões de euros.

Segundo Manuel Heitor, cada uma das partes apoiará, por ano, a partir de 2016, e durante dez anos, com um milhão de euros, projetos de investigação para a África lusófona.

Os projetos serão selecionados em concursos, a lançar, em Portugal, pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, entidade pública, na dependência do Governo, que subsidia a investigação.

O primeiro concurso será aberto “antes do verão”, disse Manuel Heitor, após a assinatura, em Lisboa, do protocolo de cooperação científica e tecnológica entre o governo português, representado pelo ministro, e a Comunidade Ismaelita, através do representante em Portugal da Rede Agan Khan para o Desenvolvimento, Nazim Ahmad.

Os projetos de investigação vão incidir em temas ligados à qualidade de vida em sociedades em desenvolvimento, incluindo segurança alimentar, biodiversidade, desenvolvimento infantil, sistemas sustentáveis de energia e desenvolvimento urbano, redução da pobreza, reinstalação de migrantes, sociedade civil e pluralismo.

Manuel Heitor adiantou que os projetos serão desenvolvidos por cientistas portugueses, dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e da rede de universidades Agan Khan.

O ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior espera que o protocolo hoje assinado possa ser “uma alavanca” para, em parceria com “fundações com presença em África”, dinamizar o programa Ciência Global, criado em 2009, para proporcionar maior capacidade científica aos PALOP.

Na assinatura do protocolo, que decorreu no Ministério dos Negócios Estrangeiros, esteve o príncipe Aga Khan, líder espiritual da Comunidade Ismaelita.

A cooperação entre o Estado português e a Comunidade Ismaelita enquadra-se no acordo assinado por ambos, em junho de 2015.

Ao abrigo do acordo, a sede mundial da Comunidade Ismaelita será em Portugal. Esta comunidade muçulmana é oriunda de um ramo do Islão xiita.

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