Plano de Ação de Lisboa estabelece novas estratégias para promoção do português

O Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) aprovou e recomendou a implementação do Plano de Ação de Lisboa (PALis) durante a sua XII reunião extraordinária, que decorreu em Maputo, no dia 20 de fevereiro.

O PALis, divulgado pelo secretariado executivo da CPLP na quarta-feira, foi elaborado por investigadores e docentes lusófonos durante a II Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, realizada em Lisboa, entre 29 e 31 de outubro de 2013.

O Plano de Ação de Lisboa, em conjunto com o Plano de Ação de Brasília (PAB) – adotado em 2010 durante a I Conferência Internacional sobre a Língua Portuguesa no Sistema Mundial -, define estratégias globais para a promoção e a difusão da língua portuguesa.

No plano indicam-se estratégias para promoção internacional da língua portuguesa através das representações oficiais dos Estados membros e a mobilização das diásporas para este mesmo fim, assim como a formação de professores, tradutores e intérpretes, entre outras iniciativas.

“Os Estado membros deverão continuar a desenvolver uma política assertiva e concertada a nível multilateral, assim como estratégias de integração, a curto, médio e longo prazo, da língua portuguesa como língua de trabalho de um maior número de organizações e agências internacionais”, referiu o documento.

Na área científica, propõem-se bolsas de estudos de pós-graduação, intercâmbio de aluno e professores no espaço da CPLP, favorecimento da cooperação e divulgação dos trabalhos em revistas científicas como estratégias necessárias para o reforço das ciências no espaço lusófono.

De acordo com o documento, os Estados membros da CPLP ainda “deverão fomentar iniciativas que reforcem a presença e o papel da língua portuguesa no empreendedorismo e na economia criativa”, como a sensibilização dos agentes financeiros e empresariais para o valor económico da língua portuguesa.

Estabeleceu-se também que o “futuro da língua portuguesa passa também pelo seu ensino a falantes de outras línguas”, que promoverá a “aproximação entre culturas e povos e como língua de acesso a novos mercados de trabalho e de negócio espalhados pelo mundo”.

No PALis realizou-se ainda uma apreciação do Plano de Ação de Brasília e a conclusão foi de que os seus eixos temáticos tiveram diferentes ritmos de implementação.

Alguns eixos do PAB registaram progressos, como a difusão do ensino da língua portuguesa no espaço da CPLP, a elaboração de Vocabulários Ortográficos Nacionais (VON), com metodologia para sua integração no Vocabulário Ortográfico Comum (VOC), e a difusão da língua portuguesa junto às diásporas.

Outros registaram avanços mais lentos, como a implantação da língua portuguesa nas organizações internacionais ou a participação da sociedade civil na promoção do português.

Apesar dos avanços, refere-se no documento, “há lacunas a preencher, pois as metas traçadas pelo PAB permanecem relevantes, sendo recomendável prosseguir os esforços já iniciados”.

O Conselho de Ministros da CPLP, em Maputo, recomendou ainda a realização da III Conferência Internacional sobre a Língua Portuguesa no Sistema Mundial num prazo de três anos.

 

CSR // APN – Lusa/fim

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