Depois do azedar das relações entre Portugal e Angola por causa do congelamento da parceria estratégica, responsáveis dos dois países sentam-se à mesma mesa, esta terça-feira, em Lisboa. Será a primeira vez depois do presidente angolano, José Eduardo dos Santos, ter posto em suspenso as relações entre os dois Estados.
Contudo, Portugal e Angola não estarão sozinhos. Vão estar rodeados de outros membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e vão discutir a língua portuguesa. A conferência sobre o futuro da língua vai deixar de parte a tensão política, explica à Renascença o embaixador Rui Aleixo.
O diplomata é o coordenador português para o plano de acção de Lisboa, o texto final que sairá desta conferência sobre a língua portuguesa.
Língua portuguesa como língua de ciência e inovação, como factor de relevância na economia criativa, o português nas comunidades das diásporas, nas organizações internacionais e no ensino a falantes de outras línguas são os cinco pontos essenciais que serão incluídos na declaração, que será subscrita por todos nesta conferência sobre a língua.
De fora dos temas centrais deste encontro sobre o português ficará a questão do Acordo Ortográfico. Numa altura em que Angola e Moçambique ainda não ratificaram o texto assinado pelos oito países da CPLP, há 23 anos, o acordo, que tantos desacordos provoca, será apenas mencionado na conferência que esta terça-feira começa em Lisboa.
Rui Aleixo explica que o Instituto da Língua Portuguesa, com sede em Cabo Verde, vai apresentar “a evolução e o estado de preparação dos vocabulários ortográficos nacionais, com vista, mais tarde, a criar-se um vocabulário ortográfico comum”.
Uma das questões que será abordada nesta conferência é a continuação na aposta de tornar o português uma língua oficial das Nações Unidas. O embaixador Rui Aleixo explica que isso passará primeiro por tornar o português um idioma de trabalho de instituições como a UNICEF e a UNESCO.
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