Parcerias de empresários portugueses e norte-americanos em Moçambique

Maputo, 01 dez (Lusa) – O presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), Vasco Rato, apelou hoje em Maputo para a parceria de empresários portugueses e norte-americanos em Moçambique, um país que descreveu como “extremamente importante do ponto de vista geopolítico”.

“Há uma questão de escala, sobretudo para as pequenas e médias empresas portuguesas, mas que conhecem o terreno, a cultura empresarial local, que podem ser alancada com parcerias estrangeiras e que desconhecem esta realidade”, observou Vasco Rato, em declarações à Lusa à margem da conferência “Parcerias luso-americanas para o desenvolvimento em África”, promovida pela FLAD e pela Sofid (Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento), no Centro Cultural Português de Maputo.

O presidente da FLAD lamentou porém que o nível de envolvimento de empresários dos dois países é pouco significativo, possivelmente por ignorância.

“Às vezes, os próprios empresários portugueses não têm noção desta mais-valia”, segundo Vasco Rato, o que também sucede nos Estados unidos, onde prevalece um desconhecimento em relação a Moçambique, com a exceção da área energética e o megaprojeto de gás natural da Anadarko na bacia do Rovuma, apesar de este ser “um extremamente importante do ponto de vista geopolítico, não só pela vizinhança mas pela potencialidade dos seus recursos”.

Vasco Rato referiu que a FLAD atribui desde há dois anos uma importância acrescida aos países de língua portuguesa, onde já tem projetos, sobretudo na área da educação e capacitação técnica, nas três décadas de existência da instituição, partindo do princípio que essa relação contribui também para o desenvolvimento de Portugal e uma possível apetência de parcerias com os Estados Unidos, que, além de serem uma economia forte, acolhem uma grande comunidade portuguesa.

O presidente da FLAD lembrou que “os investidores são atraídos por países onde há estabilidade, transparência e previsibilidade”, considerando que “a democracia é um bem económico, com uma correlação com o desenvolvimento”.

Moçambique vive uma crise política entre Governo e oposição da Renamo (Resistência nacional Moçambicana e a sua economia está a ser abalada por um choque externo, com efeitos na desvalorização do metical, disponibilidade de divisas e aumento da inflação.

Além da conferência hoje promovida em parceria com a Sofid, Vasco Rato participa no primeiro fórum económico e social de Moçambique (Mozefo), onde na sexta-feira integrará o painel “Harmonizando as decisões económicas”, com o ex-ministro das Finanças português Jorge Braga de Macedo.

HB // EL – Lusa/Fim
Baixa de Maputo, 26 de maio de 2014.  ANTÓNIO SILVA/LUSA
Baixa de Maputo, 26 de maio de 2014. ANTÓNIO SILVA/LUSA
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