A convicção é da professora universitária e atual representante do Instituto Camões na secção de língua portuguesa na UA, Isabel Boavida, ouvida pela agência Lusa a partir de Adis Abeba.
“A nível das grandes instituições, sejam elas políticas ou académicas, os grupos fortes são o anglófono e o francófono. O grupo arabófono também se está a afirmar com força”, reflete a docente na universidade da capital da Etiópia.
O grupo lusófono “tem um grande trabalho a fazer, no sentido de se organizar como um grupo de pressão pela lusofonia”, considerou.
A União Africana vive atualmente um período de mudança, já que, depois dos acontecimentos registados na Líbia – que “foi, em tempos, o grande financiador” –, a organização “tornou-se um pouco mais vulnerável e mais frágil”, comparou Isabel Boavida.
É neste contexto que Angola se “está a posicionar” para assumir um papel de maior destaque na UA, para a qual é já “o sexto ou quinto maior contribuidor”, realçou a investigadora.
A UA tem “tentado posicionar-se”, a nível internacional e continental, “como instituição de referência”, adotando “agendas alinhadas com organizações internacionais”, como as Nações Unidas, mas também criando uma “agenda própria”, por exemplo sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, referiu.
No momento em que a UA se reúne em cimeira, o clima, descreve a docente, é “de otimismo em relação ao papel que a organização pode desempenhar ao nível das missões de paz e na resolução dos conflitos armados, nomeadamente na região do Corno de África”.
SBR // MLL – Lusa/fim
Foto: Bandeira da OUA, Organização de Unidade Africana ou União Africana, em Bissau a 12 de Março de 2009. TIAGO PETINGA / LUSA
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