Olivier Rolin e Germano Almeida nas residências literárias internacionais de Cascais

Cascais, Lisboa, 12 set (Lusa) – A primeira residência literária internacional portuguesa, de caráter regular, será em Cascais, e o escritor francês Olivier Rolin é o primeiro de cinco autores confirmados até 2020, anunciou hoje a Fundação Dom Luís I.

O escritor cabo-verdiano Germano Almeida, Prémio Camões 2018, culmina esta primeira sequência de cinco autores, que incluiu igualmente o norte-americano Michael Cunningham, o britânico Jonathan Coe e o espanhol Javier Cercas, de acordo com a instituição.

O programa de Residências Internacionais de Escrita Fundação Dom Luís I será inaugurado no próximo mês de outubro, com o autor de “Porto-Sudão”, vencedor do Prémio Femina 2004, que terá como morada, até dezembro, a pousada de Cascais – Pestana Cidadela Cascais Pousada & Art District -, no distrito de Lisboa.

De acordo com a comissária do Programa de Residências Literárias, Filipa Melo, que falava à agência Lusa à margem da apresentação das atividades culturais da fundação, na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, as residências internacionais de escrita foram criadas para que os autores sejam acolhidos “em condições bastante excecionais” e possam criar a sua obra.

“É evidente que a presença deles em Cascais, embora seja para lhes dar espaço para escreverem, envolve também contactos com a comunidade não só artística e literária, criativa portuguesa, [mas também] com uma comunidade, em Cascais”, disse Filipa Melo.

Segundo a responsável do projeto, os autores não vão passar apenas por Cascais, uma vez que, a somar aos jantares semanais de convívio e às aulas de escrita criativa (uma aberta ao público e outra exclusiva para estudantes de escrita de ficção), os autores vão participar também em festivais literários em todo o país, durante os meses de residência.

“Cada escritor que virá estará presente num festival literário fora de Lisboa, portanto, estarão em contacto [com a população]. Todas as sextas-feiras haverá um jantar com convidados em que eles vão participar e em que estarão presentes pessoas de várias áreas, não só da área artística. Além desse contacto com a comunidade local, com a comunidade da capital, de facto, cada escritor vai ter presença num grande festival literário fora de Lisboa, organizado pela Booktailors”, explicou a responsável.

Para Filipa Melo, a existência de uma residência literária internacional vai permitir “colocar Portugal no imaginário de grandes escritores”.

Olivier Rolin, escritor francês, de 71 anos, escolheu Lisboa em 2012 para lançar o seu livro “Baku, últimos dias”, o relato da sua viagem ao encontro da morte, e, mais recentemente, em 2015, marcou presença no festival Literatura em Viagem (Lev) em Matosinhos, ano em que foi também finalista do Prémio literário Sinbad-Città de Bari.

O norte-americano Michael Cunningham, de 65 anos, autor de “As Horas” – romance que lhe valeu em 1999 o Prémio Pulitzer e que foi adaptado ao cinema -, vai ficar alojado em Cascais entre maio e julho de 2019.

Jonathan Coe, escritor britânico, autor de “A Vida Privada de Maxwell Sim”, que este ano já esteve em Portugal no festival Literatura em Viagem (LeV), em Matosinhos, vai fixar a sua residência em Cascais, de outubro a dezembro de 2019.

Javier Cercas, o escritor de língua espanhola de 56 anos, autor de “Soldados de Salamina” e “O Impostor”, que venceu o prémio literário Casino da Póvoa em 2016, e que também já esteve em Portugal este ano, no encerramento do Festival Literário da Madeira, estará em Cascais de abril a junho de 2020.

Germano Almeida, de 73 anos, autor do livro “Os dois Irmãos”, que foi adaptado ao cinema pelo realizador Francisco Manso, estará em Cascais entre outubro e dezembro de 2020.

As residências literárias são organizadas pela Fundação Dom Luís I, no âmbito de uma ação cultural da Câmara Municipal de Cascais e efetuadas exclusivamente por convite.

RYPS // MAG – Lusa/Fim
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