Oito projetos selecionados em Cabo Verde no âmbito de apoio da UE para a cultura

Praia, 18 fev 2022 (Lusa) – A União Europeia apresentou hoje, na cidade da Praia, os oito projetos selecionados em Cabo Verde no âmbito do programa Procultura, que financia com 7,6 milhões de euros nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste.

Os oito projetos selecionados em Cabo Verde no âmbito do programa, em centenas de candidaturas, conforme avançou o presidente do Instituto do Património Cultural (IPC), Jair Fernandes, vão desde a valorização de instrumentos musicais tradicionais, música, investigação científica, literatura infantojuvenil às artes cénicas.

Enquanto três dos projetos têm um âmbito apenas nacional (Cimboa, Studio Coletivo e Música gera Cultura), os restantes cinco são de âmbito regional, com intervenções também em Moçambique (Resistência e Afirmação Cultural e BD PALOP), Portugal (Ur-Gente e ‘Ilhas e Encantamentos’) e São Tomé e Príncipe (Entreposto das Artes).

Na sua intervenção, a adida da Embaixada de Portugal em Cabo Verde, Helena Guerreiro, destacou mesmo a junção de entidades de vários países para se candidatarem ao programa e, a partir daí, acederam aos mercados internacionais da cultura.

Já a embaixadora da União Europeia em Cabo Verde, Carla Grijó, destacou a “notável diversidade” cultural no arquipélago, entendendo que é um ativo que deve ser mais valorizado, recordando a importância dos artistas nos momentos difíceis durante a pandemia da covid-19.

Neste sentido, entendeu que o programa Procultura PALOP-Timor-Leste tem a “virtualidade” de valorizar o papel dos artistas na sociedade e de abrir oportunidades para os jovens cabo-verdianos fazerem a cultura de forma estruturada.

A diplomata portuguesa destacou igualmente a vertente económica da cultura, dizendo que se conjuga “muito bem” com o desenvolvimento turístico sustentável.

“Deste ponto de vista, o programa Procultura pode ajudar a estimular o surgimento não só de novos artistas, sobretudo entre os jovens, como consolidar essa oferta turística e ajudar também a que os artistas desenvolvam outras competências, de gestão, de comercialização dos seus produtos culturais”, salientou.

Além das apresentações, Carla Grijó disse que é um programa de capacitação e de empoderamento dos artistas dos PALOP (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) e Timor-Leste.

Notando que a cultura funciona muito em rede e na abertura de espaços, a chefe da delegação da UE em Cabo Verde entendeu que os países africanos que falam o português podem ser uma boa plataforma para o arquipélago internacionalizar os seus artistas para outros mercados.

O presidente do IPC sublinhou também o fomento para o negócio da cultura, possibilitando o empreendedorismo e criação de riqueza nos municípios e nas localidades onde os projetos vão ser implementados.

O projeto Procultura PALOP-Timor-Leste é um dos programas denominado de Diversidade, que visa dinamizar as questões da identidade ligadas ao desenvolvimento da diversidade cultural nesses países.

Está orçado em 19 milhões de euros, sendo 17,7 milhões financiados pela União Europeia, 1,2 milhões pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e 90 mil euros pela Fundação Calouste Gulbenkian.

No âmbito do Procultura, foi atribuído um apoio de 7,6 milhões de euros a 78 organizações, que formaram parcerias para implementar 24 projetos nos setores da música, artes cénicas e literatura infantojuvenil nos PALOP e Timor-Leste.

Pretende apoiar projetos para criação de emprego, formação, reforço das capacidades dos agentes culturais, dos artistas, da mobilidade na área cultural e na área do desenvolvimento.

O programa foi aberto a candidaturas de projetos dos vários setores culturais, público, privado ou sociedade civil, e as prioridades foram dadas aos jovens, as mulheres, as zonas com mais desafios, a criação de emprego e melhoria das condições de vida das pessoas.

RIPE // VM – Lusa/Fim

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