O russo pode vir a ser um idioma da UE

Um referendo perguntará aos cidadãos da Letônia no sábado se eles querem que o russo seja a segunda língua oficial deste pequeno país báltico e, portanto, um dos idiomas da União Europeia. “Levamos 20 anos de discriminação dos russófonos na Letônia. Isso nos esgotou a paciência. Nossa resposta à segregação é esta consulta popular”, afirmou nesta sexta-feira à Agência EfeVladimir Linderman, dirigente da organização “Rodnoj Jazyk” (Língua Materna).

No caso dos letãos responderem com um “sim”, os documentos governamentais deverão ser traduzidos à língua de Pushkin e o mesmo ocorreria com as diretrizes comunitárias e a tradução simultânea de atos oficiais no marco da UE.

Linderman, que se encontra em Bruxelas e viajou também a Estrasburgo para se reunir com os parlamentares europeus, recebeu cerca de 200 mil assinaturas para convocar essa consulta na Letônia, um país que tem 2 milhões de habitantes.

“A situação dos russos na Letônia é uma vergonha para a União. Quase 40% dos letãos considera o russo como sua língua mãe. A consulta é uma proposta desesperada de diálogo para solucionar este problema”, insistiu Linderman.

No entanto, essa não é a opinião dos partidos governistas, Reforma e Unidade, que considera que o plebiscito é uma “provocação” e que só contribui para dividir à sociedade. “O plebiscito gira em torno de uma pergunta impossível. O russo nunca será nossa língua oficial. Os ativistas desta causa sabiam disso e o único objetivo desta ação era provocar um conflito social”, assegurou nesta sexta-feira à agência Efe Valdis Zatlers, ex-presidente letão e líder do partido da Reforma.

Zatlers nega que a minoria de russófonos esteja sendo discriminada na república báltica desde sua independência da União Soviética em 1991. “Não há discriminação de nenhuma classe. Nossa sociedade é aberta e democrática. Não há divisões, nem administrativas e nem sociais. A minoria russa tem os mesmos direitos à educação e saúde que a maioria dos letãos”, ressaltou.

O ex-presidente acredita que “os funcionários europeus são muito conscientes que o que está em jogo no plebiscito é mais que o status da língua russa na Letônia, é seu status no seio de toda a União”. Ler o artigo completo (Terra)

 

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