O elevado número de maçons que já falam a língua portuguesa foi um dos argumentos que levou a que o Português passasse a ser língua oficial da maçonaria regular.
Esta decisão foi tomada na 11.ª Conferência Mundial dos maçons regulares, que se realizou em Cartagena de Indias (Colômbia), em Maio.
Na reunião, onde estiveram os grão-mestres de 70 países, José Moreno diz que foi visível o peso que a lusofonia tem no mundo.
A Maçonaria está a instalar-se em força nos países lusófonos. A Grande Loja Legal de Portugal (GLLP), a maçonaria regular, já tem lojas em todos os países e territórios onde se fala a língua portuguesa.
Angola é o país onde se verifica maior crescimento, existindo neste momento três lojas da GLLP, com um total de 150 maçons – adiantou ao SOL o grão-mestre da maçonaria regular, José Moreno.
O mesmo crescimento verifica-se em Cabo Verde, onde a GLLP já tem duas lojas. Timor, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Macau têm, cada um, uma loja maçónica. A última a ser constituída foi a de Macau, no passado mês de Junho: «Fui a Macau consagrar essa loja», refere José Moreno, acrescentando que só neste território haverá maçons da outra maçonaria, a irregular. «Nos outros não há. Só há maçonaria regular», garante.
Já no Brasil e em Moçambique o peso da maçonaria é tal que a organização foi autonomizada da portuguesa. «Nestes países, já há a Grande Loja Legal do Brasil e a Grande Loja Legal de Moçambique», explica José Moreno, acrescentando que no território brasileiro «há milhões de maçons».
Moçambique, por seu lado, obteve a sua ‘independência’ há dois anos, tendo na altura três lojas e 200 membros.
Ou seja, nestes dois países a maçonaria regular não depende da portuguesa: têm um grão-mestre próprio e são reconhecidas internacionalmente. As outras, isto é, a de Angola e dos restantes países, pertencem à Grande Loja Legal de Portugal, sendo o grão-mestre José Moreno.
Angola com novos membros ‘do topo’
Mas, segundo José Moreno, os angolanos deverão ser os próximos a ter uma maçonaria própria. «Julgo que dentro de dois anos teremos condições de a autonomizar, isto é, de a consagrar como uma Grande Loja Legal de Angola, reconhecida internacionalmente» – revela o grão-mestre da GLLP, adiantando que, para isso, é necessário que se cumpram alguns requisitos, como o de ter no mínimo três lojas (o que já sucede) e respeitar-se as normas de funcionamento. «As lojas têm de ser observadas durante algum tempo, para se verificar se cumprem e se trabalham bem», esclarece o grão-mestre.
A propósito, José Moreno acredita que, nos próximos anos, a maçonaria vai «crescer mais em Angola, tendo em conta a qualidade dos membros que estão a aderir, que são pessoas do topo». Aliás, duas das três lojas que existem actualmente foram criadas no último ano.
FONTE: SOL