O texto dramático intitulado ”Um Confronto Imaginado e uma Profecia”, vencedor da I Edição do Prémio de Literatura Dramática Isaura Carvalho, ficciona um episódio real ocorrido antes do massacre de 1953, quando o então governador Carlos de Sousa Gorgulho foi à casa do engenheiro agrónomo e nacionalista Salustino Graça, considerado o líder dos forros, para o convencer a persuadir os filhos da terra a aceitarem o contrato nas roças do cacau e nas obras públicas, baseadas em trabalhos forçados. Esse propósito do governador chocou com a oposição em bloco dos forros e Salustino Graça colocou-se do lado destes, mantendo uma posição firmemente antagónica à do governador.
O texto é uma sequência de argumentos e contra-argumentos acesos entre as duas personagens. Os dois são praticamente os únicos protagonistas da peça que termina com o engenheiro Salustino Graça a profetizar o massacre que viria a ter lugar em 1953, a proclamação da independência e também o rumo do país até aos dias actuais.
Conceição Lima
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