Como secretária da AOTP, tive a oportunidade de entrevistar a professora Edleise Mendes, uma das palestrantes no encontro. Ela é professora da Universidade Federal da Bahia, coordenadora do Grupo de Pesquisa LINCE – Núcleo de Estudos em Língua, Cultura e Ensino (UFBA/CNPQ), organizadora do Projeto POLH (Formação Continuada de Professores de Português Língua de Herança), junto à Divisão de Promoção da Língua Portuguesa (DPLP/MRE) e é a atual presidente da Sociedade Internacional de Português Língua Estrangeira – SIPLE (2011-2013). Na entrevista dada à AOTP, Edleise apresenta sua visão sobre o ensino de língua portuguesa no mundo atualmente. Vamos conferir?
Ivian: Como você vê o ensino de PLE e PLH no mundo hoje? Que mudanças você tem notado?
Costumo dizer, ultimamente, para os meus alunos da graduação e da pós-graduação que esta é a hora do português, este é o momento de aproveitarmos a onda e darmos impulso a muitas ações voltadas para o ensino, o planejamento, a elaboração de materiais e a formação de professores de português que não angariavam incentivos ou apoios. Os projetos e as diferentes ações para o desenvolvimento e a promoção do português, desse modo, têm surgido devido à demanda de desenvolvimento de cursos de língua e de formação de novos professores, em variados contextos no mundo, forçando-nos a estabelecer estratégias e planejamentos diferenciados, que possam atender às complexas e diversificadas situações de ensino e de formação. Um dos pontos positivos desse processo acelerado de desenvolvimento do português, seja em contexto de PLE/PL2 ou PLH, é que o crescente interesse e a forte demanda por um ensino de qualidade, com materiais de qualidade e a partir de abordagens contemporâneas para o ensino/aprendizagem de línguas têm forçado pesquisadores, professores e profissionais que atuam na área a buscarem novos caminhos para a sua formação e atualização. Entre outros aspectos, eles têm sido obrigados a rever os velhos esquemas de curso e os métodos enrijecidos para refletirem sobre questões importantes e relevantes para o professor contemporâneo, como, por exemplo, sobre visões de língua e de linguagem menos sistêmicas e mais sensíveis culturalmente, sobre os materiais como fontes de aprendizagem e não como fim, e, ainda, sobre as práticas de sala de aula como experiências situadas de uso da língua e não apenas como laboratórios para a apreensão da gramática. Adicionalmente, essa necessidade de ampliação da oferta do português e da formação de novos professores tem exigido das instituições governamentais, como também das privadas, a alocação de recursos para o desenvolvimento de projetos de cursos e também de materiais, além da formação de novos professores. Nos próximos dois anos, muitos resultados dessa efervescência serão evidentes, como uma grande quantidade de novos materiais no mercado, o grande contingente de professores formados e em contínuo processo de formação, a criação de cursos e de recursos em ambiente virtual, para o acesso de toda a comunidade PLE/PL2/PLH. Estamos, de fato, vivendo novos tempos para o português, e que seja duradouro! Ler o artigo completo (Gazeta News)
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