Novos membros da Academia Galega da Língua Portuguesa

Neste dia 5 de outubro, no Auditório Municipal de Ourense, tomaram posse oito novos acadêmicos correspondentes da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP).

Os novos acadêmicos são os professores brasileiros Evanildo Bechara e Evandro Vieira Ouriques, o professor australiano Chrys Chrystello, os professores portugueses Adriano Moreira, João Malaca Casteleiro, Carlos Reis e Eugênio Anacoreta Correia, e a professora galega Maria Dovigo.

A cerimónia teve um marcado caráter simbólico com a imposição da Medalha da Academia e diploma aos novos membros da instituição galega, que tomaram posse com uma intervenção em presença do pleno dos académicos e diversas personalidades do mundo acadêmico e da cultura da Galiza.

Inicialmente, os novos correspondentes da AGLP foram recebidos pela presidente do Concelho de Ourense, Margarita Martín Rodríguez, em um encontro privado em que se fizeram patentes as intensas relações históricas, culturais e linguísticas entre os territórios e países representados.

O professor Evanildo Bechara, um dos mais importantes gramáticos e lexicógrafos da Língua nascida na velhaGallaecia, proferiu o discurso de aceitação em nome de todos os novos correspondentes da AGLP.

Na mesma cerimônia, o dr. José Luís Fontenla Rodrigues, recebeu distinção de Acadêmico de Mérito pela sua longa e intensa trajetória de defesa da Galiza e da Língua comum.


Academia Galega da Língua Portuguesa é uma instituição científica e cultural da Galiza e conta com 30 membros. Realizou a sua sessão constituinte em 6 de outubro de 2008 em Santiago de Compostela. O seu presidente é o professor José-Martinho Montero Santalha, catedrático da Universidade de Vigo. Mantém protocolos de colaboração com mais de 20 instituições portuguesas, brasileiras e angolanas, salientando as relações com a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras.

 

Os novos académicos correspondentes, em número de oito, são os professores brasileiros Evanildo Bechara e Evandro Vieira Ouriques, o professor australiano Chrys Chrystello, os professores portugueses Adriano Moreira, João Malaca Casteleiro, Carlos Reis e Eugénio Anacoreta Correia, e a professora galega Maria Dovigo. Na mesma cerimónia será distinguido como Académico de Mérito o Dr. José Luís Fontenla Rodrigues, pela sua prolongada e intensa trajetória de defesa da Galiza e a língua portuguesa.

Evanildo Cavalcante Bechara, que irá proferir o discurso de aceitação em nome de todos os novos correspondentes da AGLP, é um dos mais importantes gramáticos e lexicógrafos da língua nascida na velha Gallaecia. Entre a sua extensa obra destaca a Moderna Gramática Portuguesa, a de maior divulgação no espaço lusófono. É também copresidente da Comissão de Lexicologia e Lexicografia da Academia Brasileira de Letras, tendo coordenado a quinta edição do Vocabulário Ortográfico, publicado em 2009, adaptado ao Acordo Ortográfico de 1990. Discípulo de M. Said Ali, de quem tem destacado a sua importância, ocupa atualmente um lugar de responsabilidade na equipa diretiva da Academia Brasileira de Letras.

Evandro Vieira Ouriques é Coordenador do NETCCON – Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Entre suas publicações estão o livro Diálogo entre as Civilizações: a experiência brasileira, que organizou para a ONU e a UNESCO em 2002 e Direito à Comunicação e Indicadores do Desenvolvimento da Mídia. Pelo seu trabalho pioneiro e de ampla envergadura, recebeu o Prémio de Melhor Académico do Mundo, o Best Scholar 2010, do Reputation Institute, de Nova York.

José Chrys Chrystello é um escritor, jornalista e professor australiano nascido em Portugal. Conta com uma longa trajetória e experiência em projetos culturais em diversas partes do mundo. Como jornalista desempenhou um papel destacado na etapa da ocupação indonésia de Timor-Leste, tendo sido a voz que transmitiu ao mundo o relato da tragédia do povo timorense, divulgado anos mais tarde no seu livro Chrónicaçores: Uma circum-navegação. É o presidente da Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia, único foro de debate e divulgação realizado anualmente em Portugal, desde 2001, sobre questões de língua portuguesa.

Adriano José Alves Moreira é uma das personalidades mais influentes na recente história de Portugal, com uma ampla trajetória como político e professor em diversas universidades. Estadista, deputado e advogado, é um autor prolífico com livros de referência no terreno da teoria política e as relações internacionais. Doutor Honoris Causa pela Universidade Aberta, Universidade da Beira Interior, Universidade de Manaus, Universidade de Brasília, Universidade de São Paulo, Universidade do Rio de Janeiro, e Universidade da Bahia. Foi nomeado recentemente sócio honorário do Movimento Internacional Lusófono. Membro de diversas instituições culturais portuguesas como a Sociedade de Geografia, é também presidente da Academia das Ciências de Lisboa.

João Malaca Casteleiro é um dos mais importantes lexicógrafos da língua portuguesa. Foi o coordenador científico do Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa publicado em 2001, tendo sido Presidente do seu Instituto de Lexicologia. Coordenou também a versão portuguesa do Dicionário Houaiss. Em 2009 orientou o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Porto Editora, sendo o primeiro a incluir um contributo lexical da Galiza, facilitado pela Academia Galega da Língua Portuguesa. Atualmente continua a sua atividade docente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, coordenando também projetos de envergadura como o Dicionário Ortográfico e de Pronúncias, de próxima publicação. Foi um dos representantes portugueses no encontro que deu lugar ao Acordo Ortográfico de 1990, realizado na Academia das Ciências de Lisboa. É um dos maiores defensores da aplicação das novas regras ortográficas, que ajudou a conhecer e divulgar com diversas publicações e inúmeras palestras por toda a geografia portuguesa.

Carlos António Alves dos Reis é catedrático da Universidade de Coimbra. Tem sido professor convidado em diversas universidades, entre outras Santiago de Compostela e Salamanca, além de ministrar regularmente cursos de Literatura Portuguesa em universidades brasileiras, Em 1988 foi um dos fundadores da Universidade Aberta em Portugal, da qual foi reitor até 2011. Tem coordenado aEdição Crítica das Obras de Eça de Queirós, na sequência do profundo estudo do espólio do autor deOs Maias, depositado na Biblioteca Nacional, da qual foi diretor entre 1998 e 2002. Carlos Reis foi, também, presidente da Comissão Nacional e da Comissão Executiva para as Comemorações do Centenário de Eça de Queirós, em 2000 e 2001 e presidente da Associação Internacional de Lusitanistas, entre 1999 e 2002.

Eugénio Anacoreta Correia Foi embaixador de Portugal em Cabo Verde e em São Tomé e Príncipe e Presidente do Instituto de Cooperação Portuguesa. Atualmente preside ao Observatório da Língua Portuguesa, entidade com sede em Lisboa que realiza um trabalho de estudo, divulgação e dinamização do português em vários países, contando atualmente centros de atuação em Cabo Verde e Angola.

Maria Seoane Dovigo é licenciada em Filologia Hispânica pela Universidade da Corunha, sendo atualmente docente do ensino público em Portugal. Conta com uma ampla trajetória cultural e de divulgação da cultura e escritores galegos em Portugal, tendo dado palestras e publicado estudos em diversas revistas de ampla divulgação. Atualmente é colaboradora da Comissão de Lexicologia e Lexicografia da AGLP, membro da Associação Cultural Pró AGLP e do Conselho Consultivo do Movimento Internacional Lusófono.

José Luís Fontenla Rodrigues é advogado, escritor e presidente das Irmandades da Fala da Galiza e Portugal, além de diretor das revistas Nós e Temas do Ensino. Na sua dilatada e intensa carreira em prol da língua e cultura da Galiza participou na criação de diversos projetos culturais como o semanário A Nosa Terra e a Associação Sociopedagógica Galega. Ator fundamental no movimento lusófono, assistiu como membro da Comissão Galega ao Acordo de 1986 no Rio de Janeiro. Foi o principal ator da Comissão de Observadores Galegos participante no Acordo Ortográfico de 1990, em Lisboa, graças à qual a Galiza teve um reconhecimento pela primeira vez num tratado internacional como território lusófono. Ler o artigo completo.

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