Nove dos autores que integram a lista das melhores cem obras já escritas no continente africano escrevem em português. O júri incluiu nas suas escolhas as obras dos moçambicanos Mia Couto, Eduardo Mondlane, Bernardo Honwana, Ungulani Ba Ka Khosa e José Craveirinha, os angolanos Pepetela, Luandino Vieira e Mário de Andrade, e o cabo-verdiano Germano de Almeida.
O romance de Mia Couto “Terra Sonâmbula” está entre as doze melhores obras do continente africano publicadas no século XX, lideradas pela autobiografia de Nelson Mandela “Long Walk to Freedom”.
Para Mia Couto, os cinco nomes de escritores moçambicanos destacados chegaram em boa hora. “Precisamos mais do que outros países. Estamos na periferia em tantos aspectos e este prémio faz as pessoas sentir que existimos. Somos menos pobres do que pensamos que somos”, afirmou.
Também o moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa disse sentir-se honrado por ser um dos mais jovens autores escolhidos para o top 100. “Este evento é muito importante porque mostra que os livros africanos estão a ser reconhecidos pelos africanos. Há uma grande necessidade de que a literatura africana circule na África, para que o conhecimento possa alastrar”, defendeu o autor. “Isto é particularmente importante para os escritores africanos lusófonos, pois somos agora reconhecidos como pioneiros e daremos força e coragem a outros para produzirem literatura”, acrescentou.
Para além de “Terra Sonâmbula”, “A Luta por Moçambique”, de Eduardo Mondlane, “Nós Matámos o Cão Tinhoso”, de Bernardo Honwana, “Ualalapi”, de Ungulani Ba Ka Khosa, “Karingana ua Karingana”, de José Craveirinha, “A Geração da Utopia”, de Pepetela, “Nós os do Makulusu”, de Luandino Vieira, “Os Nacionalismos Africanos”, de Mário de Andrade, e “O Testamento do Senhor Napumoceno da Silva Araújo”, de Germano de Almeida são as outras oito obras lusófonas que integram a lista.
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